Peritos da Aeronáutica analisam histórico do avião da Voepass que caiu em Vinhedo (SP)
Um histórico de problemas com a aeronave acidentada foi solicitado como parte das investigações
Peritos da Aeronáutica já começaram a analisar os dois motores do avião da Voepass que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, na sexta-feira (9). Um histórico de problemas com a aeronave acidentada foi solicitado como parte das investigações.
Equipes da Polícia Científica foram vistas entrando e saindo do condomínio onde ocorreu o acidente. Técnicos do Cenipa e da Defesa Civil também estiveram no local antes da liberação da área para que a companhia aérea iniciasse a retirada de pertences pessoais e bagagens, para devolver às famílias das vítimas, e o restante dos destroços. Uma retroescavadeira foi levada ao local para auxiliar nos trabalhos.
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"Estamos esperando que não haja nenhuma nova interrupção nessa área. Eles pretendem encerrar os trabalhos até quinta-feira. Mas nesses procedimentos, caso seja encontrado novo material genético, tudo será interrompido novamente. Aí, chama-se o pessoal da agência responsável para cuidar disso e, após essa operação, retoma-se todo o procedimento.", diz Maurício Barone, Diretor da Defesa Civil de Vinhedo.
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Nesta terça-feira (13), quatro dias após o acidente, a Voepass retomou as operações na rota Cascavel-Guarulhos. No entanto, os voos da companhia para Fernando de Noronha, partindo de Natal e Fortaleza, estão suspensos até o dia 31 de agosto. Apenas os voos que decolam de Recife continuam operando.
O Ministério Público entrou com um pedido junto ao Tribunal de Contas da União para que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) retire o sigilo sobre as informações da auditoria realizada na companhia Voepass, sigilo esse que foi imposto após o acidente em Vinhedo.
Dados mostram que aeronave teve "falha" em março de 2024
O Cenipa, órgão ligado a Força Aérea Brasileira (FAB), informou, nesta segunda-feira (12), que a aeronave ATR-72-500, teve um "incidente aeronáutico" no dia 11 de março de 2024.
"O Cenipa informa que existe, na base de dados deste Centro, o registro de apenas uma ocorrência aeronáutica com a aeronave de matrícula PS-VPB, no dia 11 de março de 2024, em Salvador (BA), classificada como incidente aeronáutico, cujos dados estão disponíveis no Painel SIPAER", diz o Cenipa em nota.
Segundo a instituição, a ocorrência em questão foi uma "falha ou mau funcionamento de sistema". A aeronave partiu do Aeroporto dos Guararapes, em Recife (PE), com destino ao Aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador (BA), quando apresentou uma mensagem de "baixo nível de óleo hidráulico". Os procedimentos previstos no manual foram realizados, e o voo prosseguiu normalmente.
Pessoas já relatam problemas em aeronaves da Voepass
Passageiros que já viajaram em aeronaves da Voepass antes do acidente relataram problemas no ar-condicionado e outras avarias nos aviões da empresa.
Segundo um levantamento no site Reclame Aqui, de 11 de agosto do ano passado até o último sábado (11), foram registradas 867 reclamações, relacionadas sobretudo a ar-condicionado, conservação dos aviões e reembolso. Do total de queixas, 484 não foram respondidas.
Entre os relatos, passageiros citam "calor horrível" e que o "avião balançava demais, parecia que ia cair". Outro cliente relatou um atraso porque outro avião estava quebrado e que "é uma empresa cujos aviões estão todos em péssimo estado".
Em nota, a Voepass afirmou que "trabalha arduamente para atender as expectativas de seus clientes e é solidária a eventuais queixas, que são consideradas para aprimorar a prestação de nossos serviços, concentrando o atendimento a elas em seus canais oficiais".