ONS prevê medidas preventivas para evitar desabastecimento de energia no país
Entre as ações está antecipação da operação comercial da termelétrica Termopernambuco, antes prevista para 2026

Yumi Kuwano
Por causa da preocupação com a falta de chuvas no país, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) — responsável pela coordenação e controle da operação de geração e transmissão de energia —, informou que tomará algumas medidas adicionais e preventivas para atender a demanda da população integralmente.
Na nota, divulgada nesta terça-feira (20), o órgão reforçou que não há risco de desabastecimento, mas informou que o reservatório das hidrelétricas, principal fonte de energia elétrica no país, está sendo impactado pela falta de chuvas, especialmente na região Norte, que é fundamental para a operação.
+ Bandeira tarifária verde: contas de energia elétrica não terão custo extra em agosto
"Há alguns meses que a afluência, ou seja, o volume de água que chega ao reservatório de uma usina hidrelétrica e que pode ser transformado em energia, está abaixo da Média de Longo Termo (MLT), que é a média verificada para um histórico de 94 anos de medições", diz a nota.
Por isso, uma das medidas listadas pelo ONS é em relação às usinas termelétricas movidas a gás, que serão acionadas antecipadamente, já a partir de outubro deste ano e não mais em 2026, quando estava previsto o início da operação comercial da termelétrica Termopernambuco.
"Não há qualquer problema de atendimento energético, e o Sistema Interligado Nacional (SIN) dispõe de recursos suficientes para atender a demanda por energia", pontuou.
+ Brasil bate recorde na geração de energia, com alta de 18,7%
Todas as ações serão para os períodos do dia quando há um maior consumo de carga, principalmente à noite, intensificando em outubro e novembro.
Medidas
- Minimizar o despacho das usinas hidrelétricas do subsistema Norte, para preservação dos recursos hídricos da região, já com vistas ao atendimento à ponta de carga nos meses de outubro e novembro;
- A maximização da disponibilidade de potência ao final do período seco, o que considera o adiamento de manutenções, quando possível, e a antecipação do retorno de ativos indisponíveis;
- Acionamento de usinas termoelétricas a GNL com despacho antecipado, como a antecipação para despacho da UTE Termopernambuco, já a partir de outubro de 2024;
- A ampliação do uso de ferramentas como os Mecanismos de resposta da demanda.
De acordo com o ONS, as medidas foram apresentadas ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), grupo do Ministério de Minas e Energia (MME) que acompanha e avalia a geração de energia.