Ministro do STJ nega soltura de influenciador Hytalo Santos e do marido
O casal está preso preventivamente desde a última sexta-feira (15) em São Paulo

Antonio Souza
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, nesta terça-feira (19), o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do influenciador digital Hytalo Santos e de seu marido, Israel Nata Vicente, investigados por exploração sexual e econômica de menores. O casal está preso preventivamente desde a última sexta-feira (15) em São Paulo.
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Segundo a decisão do ministro Rogério Schietti Cruz, não há motivo para reverter a liminar do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) que manteve a prisão. O magistrado destacou que o decreto prisional indicou, de forma fundamentada, a existência de crimes graves, em especial a produção e divulgação de material audiovisual sexualizado envolvendo adolescentes.
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A defesa de Hytalo e Israel argumenta que a prisão decretada pela Justiça da Paraíba, e confirmada em segunda instância, deveria ser revogada, já que os depoimentos usados como base da decisão cautelar não foram submetidos ao contraditório.
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Na tarde de segunda-feira (18), os dois foram transferidos da Cadeia Pública de Carapicuíba, na Grande São Paulo, para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. A Justiça da Paraíba havia determinado o envio do casal para o estado, mas, em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que ainda não recebeu o pedido formal de transferência.
Hytalo é investigado por exploração de menores
As investigações contra Hytalo começaram em 2024, após a denúncia de vizinhos de que as produções envolvendo crianças e adolescentes se estendiam até tarde e faziam muito barulho. O caso ganhou repercussão nacional após o vídeo viral do youtuber conhecido como Felca.
Hytalo Santos e o marido são investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) sob a acusação de promover vídeos e fotografias com exploração de crianças e adolescentes em um condomínio de Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa.
Na denúncia apresentada à Justiça, a promotora Ana Maria França Cavalcante de Oliveira, da 2ª Promotoria de Justiça de Bayeux, aponta que o influenciador incentivava comportamentos e performances de caráter sexualizado como forma de engajamento digital e rentabilização econômica.
Segundo a acusação, menores de idade eram integrados a um grupo conhecido como "crias", "filhas" e "genros", que viviam na casa sob a tutela informal de Hytalo. Além da produção de conteúdo, ele também oferecia apoio financeiro a alguns desses jovens e suas famílias.
Após a repercussão do vídeo de Felca, a Justiça também determinou a suspensão de todos os perfis de Hytalo, proibiu contato com menores citados nas investigações e ordenou a desmonetização dos conteúdos. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em suas residências, recolhendo eletrônicos para análise pericial.