Marinha promove ações de enfrentamento ao escalpelamento de ribeirinhos
Registros da Marinha indicam que, nos últimos oito anos, 75 pessoas tiveram o couro cabeludo arrancado nesse tipo de acidente
Uma fiscalização da Marinha do Brasil, lançada nesta quinta-feira (27) nos rios do Norte do país, tem o objetivo de evitar acidentes no transporte de passageiros, como o escalpelamento, quando as pessoas têm o couro cabeludo arrancado pelo maquinário de pequenos barcos.
Moradora do Marajó, no Pará, Arlene Prata tinha dez anos quando sofreu um acidente em um barco com a família. "Eu vinha dormindo próximo ao eixo do motor e eu fui levantar, escorreguei e caí, e meu cabelo enrolou no eixo”, conta a dona de casa.
Registros da Marinha indicam que, nos últimos oito anos, 75 pessoas tiveram o couro cabeludo arrancado nesse tipo de acidente. Pela lei, as vítimas têm direito ao seguro obrigatório de danos pessoais causados por embarcações, o que é equivalente à apólice para acidentes de carro. No entanto, a indenização não está sendo paga devido a falta de uma seguradora habilitada desde 2016, quando a medida foi regulamentada.
A Defensoria Pública da União entrou com uma ação civil para exigir que os governos federal, estadual e municipal cubram as indenizações até a escolha da seguradora. "Entre os pedidos da ação, estão a obrigatoriedade que a União comece a proceder os pedidos atuais e indenize as vítimas de acidentes dos últimos cinco anos”, afirma Marcos Teixeira, Defensor Público da União.
Para prevenir este e outros acidentes, a Marinha deu início à Operação "Verão Amazônico", que abrange o período de férias. "A gente vai fiscalizar também as embarcações que por acaso ainda tenham o seu eixo exposto ou partes móveis do motor também expostas, que também o acidente com escalpelamento”, revela o Capitão de Mar e Guerra Ewerton Rodrigues Calfa, Capitão dos Portos da Amazônia Oriental)