Mãe vistoria creche, encontra baratas apelidadas de "Nicole" e sujeira na cozinha
Caso foi denunciado em Brasília; crianças passaram mal e muitas foram hospitalizados com intoxicação alimentar; mensalidade é de R$ 3 mil
Ao ver o filho de quatro anos passar mal, a mãe da criança desconfiou e foi à creche onde o menino estuda, em Brasília. Ao chegar na unidade de ensino, a advogada Bruna Fiuza teve as suspeitas confirmadas: encontrou esgoto na cozinha, baratas e babadores mofados.
O vídeo mostrando as instalações insalubres foi gravado por Bruna. Além do filho da advogada, pelo menos 15 crianças que estudam na creche "Casa da Nanny" passaram mal, com os mesmos sintomas: dor de barriga e diarreia. Muitos foram hospitalizados com intoxicação alimentar.
Revoltados, os pais procuraram a delegacia e registraram um boletim de ocorrência contra a creche, que cobra mensalidade de R$ 3 mil. Mesmo assim, segundo os responsáveis, o local não oferecia alimentação suficiente aos alunos. Monitoras teriam relatado que levavam fruta de casa para oferecer aos pequenos.
Baratas apelidadas de "Nicole" por professores
Além da sujeira, um áudio de um dos alunos revela a aparição de baratas na creche. Os insetos eram apelidados de “Nicole” pelos professores, para que as crianças não contassem sobre a situação aos pais.
Já a militar Talita Freitas, que tem uma filha de 3 anos, afirmou que a menina sempre passava mal ao voltar para casa, mas a direção justificava uma “virose” que teria atingido toda a turma.
Outro lado
A Casa da Nanny informou, por meio de comunicado, que "desde que foi informada sobre a condição de saúde de alguns alunos, tem agido de forma diligente para lidar com a situação de maneira responsável e transparente". O texto continua: "Com todas as licenças sanitárias em vigência, a escola reitera seu compromisso com a segurança e o bem-estar das crianças, de suas famílias, bem como dos colaboradores".
Após a denúncia, os pais vão à Jusiça contra a creche. De acordo com o advogado responsável pela ação, que também tem um filho que estuda na unidade, o estabelecimento pode responder por maus-tratos e violência contra menores de idade, segundo Kiko Omeno.
Procurada, a creche afirmou que não há esgoto na cozinha e que o cardápio oferecido é seguido à risca. A unidade também informou que possui toda a documentação válida para o funcionamento junto à vigilância sanitária. Nesta semana, o local vai permanecer fechado para a investigação de alimentos que estariam estragados.