Lei cria Dia da Mulher Sambista; data faz homenagem à Dona Ivone Lara

O Governo Federal sancionou o Dia Nacional da Mulher Sambista, que será celebrado em todo o país no dia 13 de abril, data de nascimento da cantora, compositora, instrumentista e até a mesmo agente de saúde, a rainha do samba brasileiro, Dona Ivone Lara.

A nova lei n.º 14.834 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (05) e assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelas ministras da Cultura (Margareth Menezes) e das Mulheres (Cida Gonçalves).

Para Antonia Quintão, vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e presidente do Geledés, instituo da Mulher Negra, iniciativa é fundamental para e memória, além de ser educativa.

"Por um lado, enfrenta a data enfrenta o silêncio e a invisibilidade das mulheres negras e da sua liderança e protagonismo no processo de resistência cultural, que caracteriza a História do Samba. Por outro lado, presta uma justíssima homenagem a Dona Ivone Lara, que nos orgulha com seu talento e integridade, enriquecendo o patrimônio da cultura brasileira", afirma Antonia Quintão.

Nascida no Rio de Janeiro, em 1922, Yvonne Lara morreu em abril de 2018, aos 97 anos. Ela foi a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da escola Império Serrano.

Revolucionária, ela abriu portas para as mulheres na música popular e se tornou um ícone nacional por sua diversidade cultural artística: choro, partido alto, canto orfeônico, sambas de terreiro e sambas-enredo formaram sua bagagem histórica.

Sua canção, batizada como Ivonne Lara da Costa, com mais de 50 milhões de reproduções somente em sua voz, foi regravada por dezenas de nomes, como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira e Adriana Calcanhotto.

Entre os intérpretes que regravaram músicas dela estão Clara Nunes, Gal Costa, Gilberto Gil, Paula Toller, Paulinho da Viola, Beth Carvalho e Marisa Monte, para citar alguns.