Justiça coloca no banco dos réus 19 acusados por lavar dinheiro do PCC em empresa de ônibus de SP
Gaeco denunciou 26 pessoas após Operação Fim da Linha, contra duas empresas contratadas pela prefeitura que teriam elo com a facção criminosa
A Justiça em São Paulo colocou no banco dos réus os primeiros 19 acusados de usarem a UPBus, uma das empresas do transporte coletivo urbano da capital paulista, para lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Os investigados foram alvos da Operação Fim da Linha, deflagrada pelo Ministério Público paulista na terça-feira (9).
A 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital aceitou a denúncia do MP-SP contra os 19 alvos ligados à UPBus. A Justiça ainda deve avaliar as denúncias contra 7 pessoas ligadas à Transwolff.
A Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 600 milhões dos investigados, entre eles, lideranças do PCC.
Um dos réus é Alexandre Salles Brito, o Buiú, membro do PCC e um dos sócios da UPBus. Ele foi preso nesta terça-feira (16) por policiais da Rota, em São Paulo. Outro investigado com prisão decretada, mas que segue foragido, é Décio Gouveia Luís, o Décio Português.
Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) analisam documentos e materiais aprendidos na Operação Fim da Linha. Segundo o processo, os acusados usavam o esquema lavar o dinheiro arrecadado com o tráfico de drogas e outros crimes.
O Gaeco apontou que integrantes do PCC, entre eles Cebola e Décio Português, injetaram mais de R$ 20 milhões em recursos obtidos de forma ilícita" em uma cooperativa de transporte público, que acabou formando a UPBus. A empresa opera na Zona Leste da capital paulista. O aporte de capital permitiu sua participação na concorrência pública da Prefeitura de São Paulo, em 2015. A empresa operou as linhas até o dia da operação, quando foi colocada sob intervenção municipal.