Ipea e governo lançam plataforma para diminuir desigualdade de gênero
Principais dados apontam que um quinto (21,2%) das mulheres negras ocupadas não tinham condições de contribuir para a Previdência
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o braço “Mulheres” da Organização das Nações Unidas (ONU Mulheres) e o Ministério do Planejamento e Orçamento lançaram nesta quinta-feira (15) a plataforma do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça. O Portal conta com mais de 300 indicadores e 2 mil gráficos produzidos a partir das informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados de 2016 a 2022.
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Visando “qualificar o diálogo público sobre desigualdades” que identidades femininas no país enfrentam, o material conta com dez dimensões da vida social, desagregados por Unidades da Federação (UF) para “subsidiar os debates por melhorias em cada território”, como dito em nota.
Estiveram presentes no lançamento as ministras Anielle Franco (Igualdade Racial), Cida Gonçalves (Mulheres), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) a presidente do Ipea, Luciana Servo, e Ana Carolina Querino, a representante interina da ONU Mulheres para o Brasil.
Principais dados
O principal destaque apresentado pelo Ipea foi a possibilidade de contribuição previdenciária. A proteção da população brasileira com ocupação, idade entre 15 e 59 anos, caiu entre 2016 e 2022, sobretudo entre as mulheres pretas. Em 2022, mais de um quinto (21,2%) das mulheres negras ocupadas não tinham condições de contribuir para a Previdência, enquanto apenas 6,8% dos homens brancos estavam nessa situação. São seguidas por homens negros (13,9%) e mulheres brancas (10,8%).
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Sobre aqueles que já estão cobertos, 60 anos ou mais, 88,5% dos homens brancos estão cobertos com a aposentadoria, enquanto 81,2% é a taxa para mulheres negras.
Outros dados importantes (2022 de referência):
- 7,4% das mulheres negras tinham renda domiciliar inferior a R$ 6,67 diários;
- R$ 1,2 mil é a média de renda mensal para mulheres negras, enquanto para brancas é de R$ 2,2 mil;
- 46,0% das mulheres negras estão fora do mercado de trabalho, dado muito próximo para mulheres brancas, 43,9% (com 16 anos ou mais);
- 30,6% das pessoas sem ensino fundamental são mulheres negras, enquanto 18,9% eram brancas;
- 51,0% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres;
- 28,8% das famílias chefiadas por mulheres são monoparentais (mães solo);
Agenda Transversal Mulheres
Durante a cerimônia de abertura do evento, autoridades apresentaram o Plano Plurianual 2024-2027 de combate a violência, descriminação e desigualdades que envolvem mulheres no Brasil. Veja alguns pontos apresentados:
- reduzir em 16% as mortes em residências por violência;
- reduzir 55% das mortalidades maternas;
- criar 117 unidades de atendimento às mulheres vítimas de violência;
- reduzir 10% da disparidade de renda média entre homens e mulheres;
- construir 90 centros de parto normal;
- alcançar a taxa de 45,2% de formalizações das mulheres no mercado de trabalho;
- 28,8% das famílias chefiadas por mulheres são monoparentais (mães solo);