Homem agride criança de 4 anos que abraçou o filho dele na escola
Após o caso, família decidiu transferir a menina de escola
Camila Pergentino
Após entrar na Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça sem autorização da diretora, o pai de um aluno agrediu uma criança de 4 anos após um abraço entre as duas crianças. Segundo o relato do homem à polícia, ele teria agido após o seu filho ter manifestado desconforto com as demonstrações de afeto. O caso ocorreu em Campo Grande (MS).
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Em entrevista, o pai, que optou por não ser identificado, explicou que entrou na escola após alertar a diretora sobre o suposto incômodo do seu filho. No entanto, ao tentar retirar seu filho do local, foi barrado, o que o levou a usar força física para conseguir acesso ao menino. "Eu me arrependo do que eu fiz. Apertei o antebraço dela e afastei ela do portão", afirmou o pai.
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O homem detalhou a interação com a menina no momento da agressão. "Eu afastei a menininha, né? Pedi para ela, apontando o dedo, porque eu estava nervoso, e falei para ela, não abraçar porque ele não gosta. Só que ele vinha reclamando já há uns 2 dias que a menina enforca ele", acrescentou.
A criança agredida pelo homem é negra, o que suscitou suspeita de racismo. A possibilidade, no entanto, não foi confirmada por Lione Cardozo, advogada da família da menina. “Está sendo muito vinculada à questão do racismo. Porém é prematuro a gente falar o que motivou o acontecimento e julgar e sentenciar que foi algo referente ao racismo, porque não foi falado nada nesse sentido na hora.”
A Secretaria Municipal de Educação emitiu uma nota enfatizando o cuidado na apuração dos fatos. “É preciso cautela por envolver crianças e uma análise completa da situação. Em breve uma nota oficial será divulgada”.
A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) comunicou que: “Foi analisado o vídeo das câmeras de monitoramento da escola. Durante a investigação, até o presente momento, não surgiu qualquer indício de racismo. Os fatos seguem em investigação pela DEPCA”
O pai do menino reforçou que seu filho não gosta de abraços e foi orientado a procurar um médico para verificar a possibilidade de autismo. Além disso, ele revelou que tem sido alvo de ameaças nas redes sociais desde que o caso veio à tona.
A escola e a Secretaria Municipal de Educação foram procuradas para comentar sobre o incidente, porém a diretora não estava disponível no momento, e a Secretaria emitiu uma nota prometendo um comunicado futuro sobre o assunto.
A advogada da família da menina disse que a aluna será transferida de instituição. “Os pais não estão confortáveis de mandar a criança para essa escola, com medo do que possa acontecer.”