Geraldo Alckmin lamenta morte de Silvio Santos: "Não tinha domingo se não tivesse Silvio"
Vice-presidente lembrou que conheceu o apresentador durante o programa Cidade contra Cidade e elogiou a importância dele para a comunicação
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, conversou com o SBT e lamentou a morte de Silvio Santos, aos 93 anos, neste sábado (17). O ex-governador de São Paulo lembrou que conheceu o apresentador durante o programa Cidade contra Cidade, exibido originalmente na TV Tupi entre 1968 e 1971, e elogiou a importância dele para a comunicação.
"Conheci o Silvio Santos na década de 60, quando tinha um programa chamado 'Cidade contra cidade', que mostrava cidades de todo o Brasil e permitia que elas mostrassem o que tinham de destaque. Eu era prefeito de Pindamonhangaba nessa época e a cidade ganhou durante o mês inteiro. Cada vez que nós vencíamos, nós ganhávamos uma ambulância – nós ganhamos três. O programa mostrava muito a cidade, a cultura, as danças, músicas. Era muito bonito", diz Alckmin, que também destacou a humildade do apresentador durante os debates eleitorais que aconteciam no SBT.
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"O SBT sempre fez debates para governador, presidente. Quando eu comparecia, Silvio era muito generoso. Ele ia até o camarim desejar felicidades e dar boas-vindas aos candidatos”, afirma o vice-presidente.
Alckmin também lembrou a intervenção no sequestro de Silvio Santos. A filha do apresentador, Patrícia Abravanel, foi sequestrada e passou sete dias em cativeiro. Meses depois, um dos criminosos que conseguiu fugir invadiu a casa do apresentador em São Paulo e o fez refém durante sete horas. À época, o caso ganhou grande cobertura da imprensa, e o ex-governador da cidade precisou participar das negociações, que terminaram com a prisão do sequestrador.
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“O secretário da segurança pública me telefonou e disse que o Silvio Santos ligou para ele e disse que o sequestrador se entregaria se o governador fosse até lá. Ele disse que achava que não era adequado e que continuariam a negociação. Mais tarde, eu lembrei de um professor da faculdade de medicina que dizia que quando tivéssemos um caso muito grave, nós não deveríamos nos omitir. Então, eu fui até lá, desci de helicóptero na quadra de uma escola três quadras atrás e fui a pé”, lembra ele, que reforça o bom-humor do apresentador diante de situações difíceis.
“Um fato interessante que mostra o bom-humor do Silvio Santos foi que saiu na imprensa que o sequestrador já tinha sido preso e que ele já estava em liberdade. A esposa dele, então, ligou e eu vi quando ele respondeu ao chamado dela: 'É, meu bem, não foi dessa vez'. Até nesse momento de dificuldades, a gente via o bom-humor dele”, conta.
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O vice-presidente ainda elogiou o talento de Silvio para a comunicação. "Eu não tenho dúvida de que foi a capacidade de comunicação e persuasão que fez o sequestrador se entregar. Silvio ficou sete horas na mira de duas armas. Ele conseguiu ir controlando a situação, conversando e acalmando até o ponto do sequestrador concordar em se entregar pacificamente", conta.
Alckmin também relatou o carinho do público depois do apresentador ter sido salvo. "No domingo depois do ocorrido, eu fui a missa na catedral de São Miguel e eu tive dificuldade de entrar na igreja. As pessoas me agarravam e agradeciam por ter salvado a vida do Silvio. Uma coisa espontânea. Quero dizer que não tinha domingo se não tivesse Silvio Santos", finalizou.