Falta de mão de obra qualificada desafia salões de beleza no Brasil

No salão de beleza, as cadeiras vazias não são apenas de clientes, mas também de profissionais. O estabelecimento conta com oito manicures, mas há espaço para mais três. O problema é a escassez de mão de obra qualificada. "A gente precisa de profissionais qualificados, mas está difícil encontrar", afirma Elaine Kasumi Takara, dona do salão.

Ivone Pinheiro, manicure há 16 anos, enfrentou essa barreira e investiu na capacitação. Ela fez um curso de dois meses no Senac e viu sua confiança crescer. "Tinha medo de lidar com unhas encravadas, mas agora me sinto segura", conta.

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O setor de beleza tem tradição, mas passa por desafios. Segundo José Augusto Nascimento, presidente da Associação Brasileira de Salões de Beleza, a concorrência com serviços digitais e a dificuldade de encontrar novos profissionais qualificados tornam o cenário preocupante. "A entrada de jovens no mercado está muito lenta", alerta.

Atualmente, 40% das vagas para manicures estão abertas em todo o país, de acordo com a associação. Além da falta de qualificação, muitas profissionais têm optado pelo trabalho autônomo, atraídas pela flexibilidade e pela eliminação de custos com salões.

Ana Beatriz Walter, formada em Propaganda e Marketing, perdeu o emprego na pandemia e decidiu transformar seu hobby em profissão. Ela chegou a trabalhar em um salão, mas preferiu atuar por conta própria. "Minhas clientes não gostavam de enfrentar trânsito, estacionamento, então eu vou até elas", explica.

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O modelo de trabalho autônomo também facilita a vida das clientes, como Bruna Colli Sousa, estudante. "Tenho uma rotina agitada e a Ana encaixa os atendimentos nos horários que consigo", diz.

Segundo a Receita Federal, o Brasil tem mais de 1 milhão de microempreendedores individuais no setor de beleza, incluindo manicures, pedicures e cabeleireiros. Ana Beatriz faz parte desse grupo e não pretende mudar de vida. "Hoje me sinto realizada e minha vida melhorou 100%".