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Exploração ilegal de madeira avança em terras indígenas no Pará, revela levantamento

Quase metade da extração de madeira entre agosto de 2023 e julho de 2024 foi ilegal e afeta áreas protegidas

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Um novo levantamento mostra que a exploração ilegal de madeira cresceu de forma preocupante no estado do Pará, especialmente em terras indígenas e áreas de proteção ambiental.

De acordo com dados do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira, entre agosto de 2023 e julho de 2024, 47% de toda a extração de madeira registrada foi considerada ilegal. Isso equivale a uma área desmatada semelhante ao tamanho de 56 campos de futebol por dia.

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A pesquisadora do Imazon, Camila Damasceno, explica que os responsáveis por essas atividades não fazem parte das comunidades tradicionais da floresta.

"As pessoas que estão fazendo a atividade ilegal não fazem parte das comunidades tradicionais, então acabam inviabilizando toda vivência dessa comunidade, interferindo nas suas culturas. É bem preocupante, porque é um risco à vida das pessoas que vivem nessas comunidades, afeta a saúde, o emocional e a floresta. Porque eles cuidam da floresta e são cada vez mais pressionados", afirma.

O mapeamento identificou mais de 43 mil hectares de extração no estado. As áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação, sofreram um aumento de 165% na extração ilegal.

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Segundo o relatório, apenas 10 municípios concentram 85% de toda a exploração ilegal de madeira no Pará. O desafio agora é ampliar a fiscalização e fortalecer o manejo legal da madeira.

"Incentivamos que os órgãos competentes utilizem os dados para ver onde estão as áreas mais críticas, para que as ações de fiscalização sejam mais efetivas, aumentem e também haja maior incentivo à prática do manejo florestal sustentável. Esse é o caminho para a retirada da madeira de forma responsável, preservando não só a floresta, mas também as comunidades que vivem no entorno", reforça Camila.
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