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Em vídeo, Robinho busca desqualificar investigação que o condenou por estupro na Itália

Condenado a nove anos, caso do ex-jogador será analisado pelo STJ. Ele contesta a condenação por estupro coletivo diz ter sido vítima de racismo pela Justiça italiana

Em vídeo, Robinho busca desqualificar investigação que o condenou por estupro na Itália
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O ex-jogador de futebol Robson de Souza, o Robinho, gravou e publicou um vídeo em seu perfil no Instagram, no qual se declara inocente do crime de estupro coletivo. Segundo ele, a jovem albanesa que denunciou ter sido estuprada em uma casa noturna em Milão, em janeiro de 2013, mentiu à polícia e à Justiça da Itália. Nesta quarta-feira (20), às 14h, o Superior Tribunal de Justiça decide se homologa ou não a condenação a nove anos de prisão sofrida pelo brasileiro.

+ STJ julga na quarta pedido para que Robinho cumpra no Brasil pena por estupro

No vídeo, o ex-jogador inseriu trechos de conversas em redes sociais e fotos do fatídico dia que, conforme alega, são provas de sua inocência. "Desde a primeira vez, eu sempre tenho frisado que eu sou inocente. Ninguém tem me dado ouvido. Ninguém sabe quantas vezes eu já chorei, quantas vezes a minha família passou por dificuldades. Você ser acusado de algo tão grave, injustamente, ninguém sabe sabe que eu estou passando", disse Robinho. "A minha esperança é que a justiça seja feita", complementou o ex-jogador, em referência ao julgamento no STJ.

A aproximação

Robinho dá a versão dele sobre como conheceu a jovem: "Era uma noite tranquila. Era um local, bem tranquilo, bem familiar. Tinha outras famílias. Em determinado momento, minha esposa decidiu ir pra casa. Como eu ia treinar no outro dia, falei pra ela que ia ficar poucos minutos a mais e depois eu já ia embora. Uma mulher se aproximou. Houve troca de olhares. E nós começamos a conversar".

Na versão de Robinho, a aproximação foi maliciosa e contou com a ajuda de um amigo da jovem. Ao abordar essa hipótese no vídeo, o ex-jogador mostrou uma captura de tela e alegou ter se tratado de uma conversa na qual a jovem e o amigo combinaram de esperar a esposa do atleta ir embora para chegar perto dele. “Já existia uma combinação pra se aproximar de mim. Não fui eu que tomei a iniciativa".

Relação consensual

Robinho disse que, após o primeiro contato, entrou com a jovem na chapelaria da casa noturna. Um espaço, segundo ele, acessível para quem quisesse entrar. "Eu não tranquei ninguém. Era o local que qualquer pessoa poderia ter visto se tivesse acontecido algo diferente, algo estranho. Não aconteceu nada de diferente. Era um local que tinha muitos seguranças, era aberto. Ficamos poucos minutos, algo consensual. E, logo após, eu fui embora pra minha casa", alegou.

Vítima inconsciente

O ex-jogador rebateu a versão oficial da polícia e da Justiça da Itália, segundo a qual a jovem estava inconsciente. "Ela estava dançando, conversando normalmente. Nós temos imagens e fotos. Ela, conscientemente, foi comigo e teve um encontro rápido e superficial. Até hoje, o que as pessoas pensam é que, quando eu tive um encontro com ela, ela estava desacordada, no chão, inconsciente. Não foi nada disso. Ela estava em pé, consciente, dançando, rindo, se divertindo, como qualquer outra pessoa faz em uma discoteca em um dia normal. E as imagens mostram isso", defendeu-se.

"Não foi nada de violência, ninguém abusou. Não peguei nenhuma garota à força. Nunca faria isso na minha vida. No local, tinha pessoas que poderiam ouvir, se ela tivesse gritado, dito 'para', 'não', alguma coisa. Isso nunca aconteceu", acrescentou Robinho. "Como pode uma garota estar totalmente inconsciente, embriagada, como ela diz estar? Minutos antes ela estava mandando mensagem dizendo que só se aproximaria quando minha esposa não estivesse no local", complementou.

Após o crime

Neste momento, outra captura de tela aparece no vídeo de Robinho. De acordo com ele, é a conversa entre a jovem e uma amiga. A jovem estaria pedindo para a amiga ir buscá-la após o encontro com Robinho. De acordo com o ex-jogador, ao deixar a casa noturna, ela ainda teria percebido que havia esquecido a bolsa, o que, para ele, comprova que ela estava consciente.

"No depoimento que ela deu à polícia, ela diz que foi violentada por seis, né?  Mas, logo após, ela saiu com os mesmos e foi pra uma outra discoteca e continuou se divertindo, dançando. Uma mulher que tem esse tipo de violência se retrai, tem nojo das pessoas que fizeram isso. Ela quer chamar a polícia. Não foi o que aconteceu. Ela continuou a festa em outro local”, alegou.

Exame toxicológico

Segundo Robinho, a vítima fez um exame toxicológico que comprova que ela não estava bêbada. "Ela lembra com riqueza de detalhes exatamente tudo. Eu não sei por quê a Justiça italiana não aceitou as minhas provas", questiona. "Era impossível ela estar totalmente inconsciente. Ela sabia exatamente o que estava fazendo”, sustentou.

Suposta incoerência


"No depoimento que ela deu à polícia, ela lembra a cor da camisa. Lembra quantas pessoas estavam com ela. Lembra da marca do carro. Lembra que tinha que voltar pra buscar uma bolsa. A pessoa que está inconsciente teria tantas lembranças com riqueza de detalhes?", provocou Robinho.

"Ela deu dois depoimentos à polícia. Dois depoimentos diferentes. No primeiro, ela lembra que estavam todos os seis ali, interagindo. No segundo, ela já lembra com mais riqueza de detalhes que eu tive uma intimidade com ela. Ou seja: quatro meses depois, ela lembrava mais”, concluiu.

Racismo

O ex-jogador atribuiu a condenação a um ato de racismo por parte da polícia e da Justiça italianas. E equiparou o caso aos de jogadores negros agredidos verbalmente por torcidas adversárias. “Esses mesmos que não fazem nada, não tomam nenhuma providência sobre racismo, são os mesmos que me julgaram, que não dão nenhuma voz pra um negro que está tentando se defender. Eu tenho absoluta certeza que, se fosse com um europeu, que se fosse com um branco, o meu julgamento teria sido totalmente diferente”, declarou.

A Justiça

As alegações de Robinho foram analisadas pela Justiça italiana em três instâncias. Houve espaço para a defesa e para acusação. Mas o ex-jogador, assim como outro brasileiro envolvido, Ricardo Falco, não compareceu às audiências. Os outros quatro envolvidos já haviam deixado a Itália quando a ação penal teve início. A situação deles ficou estagnada desde então.

A sentença em primeira instância foi em novembro de 2017. Na análise de segunda instância, em outubro de 2020, a condenação foi mantida. O trânsito em julgado, com o esgotamento de todos os recursos, ocorreu no dia 19 de janeiro de 2022.

Interceptações

Pesaram contra o ex-jogador as interceptações telefônicas, obtidas com autorização da Justiça italiana, incluídas como prova. Os grampos revelam conversas com amigos, um ano depois, nas quais ele dá detalhes da relação sexual. O então jogador do Milan usou palavras de baixo calão e debochou da vítima. No vídeo publicado no Instagram, ele tentou justificar o comportamento registrado nas conversas. Afirmou que estava sob pressão; que os interlocutores não eram de confiança, e o os termos de baixo calão foram usados para se livrar deles sem maiores consequências, pois estava, inclusive, sofrendo chantagens.

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