EAD: 40% dos universitários brasileiros estão matriculados em cidades sem cursos presenciais
Número de estudantes em instituições virtuais passa de 3,8 milhões. Enquanto na modalidade presencial, são 1,6 milhão de matriculados
O Brasil possui mais de 5,5 mil cidades, no entanto, mais da metade dos municípios brasileiros, cerca de 3 mil, não possui instituições de ensino superior. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), atualmente, até 40% dos alunos de EaD estão matriculados em cidades sem universidades, o que representa a possibilidade de até 1,5 milhão de estudantes a mais no sistema educacional se essas cidades fossem incluídas na oferta de cursos presenciais.
Nos últimos quatro anos, com impulso da pandemia de Covid-19, as ofertas de cursos à distância saltaram 189%, alcançando mais de 9 mil opções. Com isso, o número de estudantes matriculados em instituições virtuais chegou a 3,8 milhões, em 2022. Enquanto na modalidade presencial, foram 1,6 milhão de estudantes matriculados.
A flexibilidade da EaD permite que estudantes conciliem trabalho e estudo, atendendo especialmente à faixa etária de 30 a 34 anos e predominantemente às classes C e D. Além disso, 65% dos alunos de EaD são mulheres, destacando a capacidade da modalidade em promover inclusão e acessibilidade no ensino superior.
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“Não se trata de olhar para a educação como um ‘mercado potencial’, mas como um parâmetro para muitos que não veem a hora de bater à porta desse sonho. No ensino superior a distância, a pujança também se expressa em dados: são 3,1 milhões de brasileiros que depositam suas esperanças na modalidade (65% do total) - universo que representa a população de Curitiba (PR) somada à de Belém (PA).” disse o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), João Mattar.
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O impacto da EaD vai além da ampliação das oportunidades educacionais. Com o crescimento de 474% na modalidade de 2011 a 2021, a EaD não só tem ampliado o acesso ao ensino superior, mas também ajudado a preencher lacunas deixadas pela ausência de instituições presenciais em muitas cidades brasileiras.