Duas crianças são atacadas por pitbulls no Rio em menos de 24 horas
Casos reacendem alerta sobre responsabilidade de tutores e circulação de cães de raças consideradas agressivas
Liane Borges
Duas crianças foram atacadas por cães da raça pitbull em menos de 24 horas no Rio de janeiro. Uma delas morreu e a outra ficou ferida. Os casos reacendem o debate sobre os cuidados e responsabilidades com animais de raças consideradas agressivas.
De acordo com a legislação estadual, donos de cães das raças pitbull, fila, doberman e rottweiler respondem por qualquer dano causado pelos animais. Um decreto também impõe restrições à circulação desses cães em áreas públicas.
Pelas regras, eles só podem ser conduzidos por maiores de 18 anos e devem usar coleira, guia curta, enforcador e focinheira. É proibido levar esses animais às praias e mantê-los em locais com grande circulação de pessoas.
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Essas medidas visam evitar tragédias como a que ocorreu na última quarta-feira (12), quando uma criança de quatro anos morreu após ser atacada por um pitbull na zona norte do Rio. O cão foi apreendido pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais e levado ao Centro de Controle de Zoonoses.
Segundo as investigações, o cachorro vivia na casa da sogra do tutor. A criança morta era sobrinha da namorada dele. O ataque teria ocorrido quando o menino e um adulto entraram no espaço onde o cão costumava ficar.
No dia seguinte, um pitbull invadiu uma escola pública em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O animal mordeu uma aluna de 18 anos, gerando pânico entre os estudantes. A Secretaria de Estado de Educação informou que o cão era abandonado e entrou no colégio durante o horário de entrada.
Esse tipo de ataque tem se repetido. Há dois meses, Paulo Roberto de Carvalho, de 63 anos, morreu após ser atacado por dois pitbulls que fugiram de casa em Duque de Caxias. Em agosto, Rogério da Silva também foi morto em um ataque semelhante. A polícia segue investigando o paradeiro dos donos.
Outro caso emblemático ocorreu com a escritora Roseanna Murray, de 73 anos. Ela foi atacada por cães da raça enquanto caminhava em Saquarema. Os animais pularam um portão e a arrastaram por vários metros. A autora perdeu o braço direito e uma das orelhas. Teve ainda os lábios e o braço esquerdo reconstituídos.
A adestradora Rita Rodrigues orienta sobre o que fazer em caso de ataque. Ela explica que é possível tentar afastar o animal utilizando um cinto, guia ou corda, envolvendo o pescoço e puxando com firmeza.









