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Disputa entre Recife e Belém por título de Capital Nacional do Brega vai ao Congresso

Projeto que concedia o título apenas à capital pernambucana foi interrompido após recurso de senador paraense

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Disputa entre Recife e Belém por título de Capital Nacional do Brega vai ao Congresso | Reprodução
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A relação dos pernambucanos com o brega é tão forte que a Comissão de Educação e Cultura do Senado chegou a aprovar um projeto de lei concedendo ao Recife o título de Capital Nacional do Brega. A proposta já estava pronta para seguir à sanção do presidente da República, mas, no meio do caminho tinha Belém, que reagiu com surpresa.

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Um recurso apresentado pelo senador Beto Faro (PT), do Pará, impediu que a matéria seguisse diretamente para a sanção presidencial. Agora, o projeto precisará passar pelo plenário do Senado. O parlamentar sugeriu que tanto Recife quanto Belém sejam reconhecidas como "capitais do brega".

Para quem acompanha a cultura popular, a divisão parece justa.

"Eu acho que deveria ser dividido pras duas. Os dois têm como o ritmo principal, né, de cada estado", comentou um morador de Belém.

O historiador Márcio Neco explica que, embora o brega esteja presente na cultura pernambucana há muito tempo, o gênero tem raízes paraenses.

"O brega já é considerado patrimônio cultural e imaterial do Estado do Pará desde 2021. Ele vai nascer no Pará pela influência da rádio e pela influência também dos espaços de dança", afirmou.

Mas será que é tudo a mesma coisa? Segundo os artistas, não. Uma cantora paraense, que morou e trabalhou no Recife por anos, aponta diferenças entre os estilos.

"O brega pernambucano ele é um brega mais romântico e aqui no Pará a gente tem essa coisa mais cheia de energia, que vem aí dos ritmos caribenhos", pontuou Francy Ribeiro.

Enquanto o Senado não decide de quem é o brega, o certo é que o ritmo, democrático, livre e boêmio, dificilmente vai aceitar ser de um só alguém. O brega é do Recife, é de Belém e de quem mais quiser.

Recentemente, no dia 21 de maio, o presidente da República sancionou a lei que cria o Dia Nacional do Brega, a ser comemorado anualmente em 14 de fevereiro — data de nascimento de um dos maiores nomes do estilo: o cantor Reginaldo Rossi.

Apesar das diferenças, o brega paraense e o brega pernambucano compartilham o mesmo sentimento: o orgulho pela valorização da música nascida nas periferias. E quem fez ou faz parte dessa história comemora agora mais uma conquista.

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