Dia Internacional da Síndrome de Down reforça luta por direitos e inclusão

O Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta sexta-feira (21), reforça a importância da inclusão e da luta contra o capacitismo. Apesar dos avanços legais que garantem direitos fundamentais como acesso à saúde, educação e trabalho, muitas pessoas com a síndrome ainda enfrentam barreiras no exercício desses direitos.

Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), de 2022, mostrou problemas no acesso à saúde: 51,7% relataram dificuldade para agendar consultas, 50% apontaram o alto custo de atendimentos não cobertos pelo SUS, 42,1% indicaram a indisponibilidade do serviço de saúde perto de suas residências e 47,4% disseram que os profissionais não estão preparados para atendê-los.

+ Taxa de abandono escolar no Ensino Médio é quase o dobro entre os jovens negros, diz estudo

A pesquisa ainda aponta que na educação, 77,26% das pessoas com síndrome de Down entrevistadas estudavam na rede pública, sendo a maioria no ensino regular.

Já no mercado de trabalho, os desafios de inclusão persistem: 27,31% dos indivíduos aptos nunca trabalharam, e parte significativa dessa população enfrenta obstáculos como a falta de autonomia, insegurança dos responsáveis nesse processo e ausência de formação adequada.

Os dados foram debatidos no Senado Federal na última quarta-feira (19), onde especialistas reforçaram a necessidade de medidas concretas para mudar esse cenário. Durante a audiência pública, Paloma Cristina Pediani, da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, alertou para a longa fila de cirurgias cardíacas, comuns entre as pessoas com o diagnóstico.

Enquanto o secretário da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal, Flávio Pereira dos Santos, destacou que, apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito. Mais do que lembrar a data, é essencial garantir ações efetivas ao longo do ano.

A síndrome

É uma condição genética causada pela trissomia do cromossomo 21, ou seja, a presença de um cromossomo 21 extra em todas ou na maioria das células do indivíduo. Essa alteração afeta o desenvolvimento físico e intelectual, resultando em características como rosto arredondado, olhos puxados, hipotonia muscular e atraso cognitivo de leve a moderado.

Embora a síndrome traga desafios para a aprendizagem e o desenvolvimento, com acompanhamento médico, terapias e inclusão social, pessoas com Síndrome de Down podem ter qualidade de vida, desenvolver autonomia e participar ativamente da sociedade.