Defesa Civil emite alerta de tempestades e risco de alagamentos para SP até domingo
No dia seguinte às chuvas que provocaram alagamentos e morte na capital paulista, mais de 33 mil imóveis seguem sem fornecimento de energia
Marco Pagetti
A Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu um alerta para tempestades que devem atingir todo o território paulista entre quinta-feira (13) e domingo (16). A faixa leste do estado — que inclui a Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista, Litoral Norte, Serra da Mantiqueira, Vale do Paraíba e as regiões de Campinas e Sorocaba — é a mais vulnerável aos temporais.
O fenômeno será causado por um sistema meteorológico no Sul do Brasil, combinado com a umidade vinda do oceano e da Amazônia. A previsão indica períodos de sol entre nuvens e calor abafado durante o dia, seguidos por pancadas de chuva intensas à tarde e à noite, com raios, ventos fortes e possível queda de granizo.
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Os temporais que atingiram São Paulo desde dezembro já deixaram 23 mortos no estado, seis na capital paulista. A vítima mais recente foi Elton Ferreira de Oliveira, de 43 anos, morto após uma árvore cair sobre o táxi que dirigia na Sé, no Centro, nesta quarta-feira (12). Ele havia acabado de pegar dois passageiros, que estavam no banco de trás e sobreviveram.
"Ele andou 200, 250 metros... e a árvore caiu exatamente sobre a cabeça dele. Um cara do bem, super gente boa", disse Antônio da Silva, amigo da vítima e também taxista.
A Prefeitura de São Paulo afirmou que não havia recebido pedidos para poda ou remoção da árvore que caiu sobre o carro de Elton.
A cidade registrou mais de 340 chamados para quedas de árvores. Algumas ainda estavam no chão na manhã desta quinta-feira (13), enquanto equipes trabalhavam na remoção. Uma das árvores derrubadas ficava no Largo do Arouche, no Centro, sendo a terceira mais antiga da cidade. Poucos metros adiante, outra caiu sobre a moto recém-comprada de Jefferson Viana, um motoboy que fazia entregas na região.
"Eu estava almoçando, começou a chover forte e fechei tudo. Da janela, vi a árvore caindo bem em cima da minha moto. Agora estou sem trabalhar, e pagar aluguel sem renda não dá", contou o motoboy Jefferson Viana.
Árvores também caíram dentro do campus da Universidade Presbiteriana Mackenzie, interrompendo as aulas no colégio e na universidade. Na zona Oeste, avenidas importantes ficaram alagadas, e até a noite desta quinta-feira (13), mais de 33 mil imóveis continuavam sem fornecimento de energia na capital.