Funcionários dos Correios de São Paulo anunciam greve de 24 horas
Sindicato alega defasagem no reajuste das funções e aumento salarial e que empresa “desprezou” proposta feita em janeiro
Trabalhadores dos Correios de São Paulo anunciaram uma greve a partir desta segunda-feira (05), após assembleia realizada na última sexta (02). A paralisação vale para todos os trabalhadores, incluindo carteiros, atendentes, operadores de triagem, motoristas e administrativos. A expectativa é que a greve dure 24 horas.
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A reivindicação principal é o reajuste das funções que, segundo o sindicato da categoria, “está defasada há anos”.
Os trabalhadores também alegam “reajuste das funções, aumento salarial e redução do custeio do plano de saúde”. O custo dos planos impactou na desistência de 20 mil funcionários, que desistiram de ter o serviço por conta do alto valor.
A paralisação teve início à meia-noite e, ainda segundo o sindicato, a greve “será ainda maior a partir do dia 7”, caso não sejam oferecidas “propostas convincentes”.
O grupo alega que foram feitas “14 reuniões de negociação sem avanços significativos” e que a direção dos Correios “desprezou” um pedido feito em janeiro deste ano, sem apresentar propostas.
Correios nega falta de avanço em negociações
Em nota, os Correios afirmaram que operam "normalmente em todo o País, com 100% das agências abertas e todos os serviços disponíveis", considerando que a paralisação é "parcial, temporária e restrita à região metropolitana de São Paulo".
A empresa ainda disse que "não procede a informação de que não houve avanços significativos em relação aos trabalhadores". Confira o posicionamento na íntegra:
"Os Correios estão operando normalmente em todo o País, com 100% das agências abertas e todos os serviços disponíveis.
A paralisação é parcial, temporária e restrita à região metropolitana de São Paulo. Além disso, os Correios já adotaram medidas para cobrir as ausências pontuais, como remanejamento de profissionais e realização de horas extras.
Negociação – Não procede a informação de que não houve avanços significativos em relação aos trabalhadores. A empresa e as representações das empregadas e dos empregados ainda estão em processo de negociação do Acordo Coletivo e os temas abordados pelo sindicato ainda estão em debate. Até agora, os Correios já ofereceram as seguintes propostas:
- Aumento de 6,05% nos salários (projeção do INPC acumulado de agosto de 2023 a dezembro de 2024), a partir de janeiro de 2025;
- Aumento de 4,11% (INPC do período) nos vales alimentação/refeição na assinatura do acordo;
- Manutenção de mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior e foram resgatadas no Acordo Coletivo pela atual gestão (entre as quais o pagamento de auxílio creche e de auxílio para dependentes com deficiência e licença maternidade de seis meses, por exemplo);
- Melhoria em mais de 20 cláusulas do acordo vigente.
Vale destacar que, diferentemente do governo anterior, que estava privatizando os Correios, a atual gestão reabriu as portas para os sindicatos e, no ano passado, fechou um acordo coletivo em mesa de negociação, sem intervenção da Justiça do Trabalho, o que não acontecia há 7 anos, garantindo um aumento de até 12% para grande parte do efetivo."