Conteúdo sexual em jogos digitais preocupa pais e profissionais
Psicólogos apontam que menores de idade são incentivados a reproduzir comportamentos adultos em jogos como Roblox e Minecraft
Ariany Rollim
A crescente presença de crianças em ambientes digitais tem exposto um problema preocupante: a exploração sexual dentro de jogos online. Mais do que simples distração, esses espaços vêm sendo usados por adultos que se passam por jovens para estabelecer contato com menores.
De acordo com dados da Pesquisa Game Brasil, oito em cada dez crianças brasileiras utilizam jogos digitais como principal forma de lazer. Apesar de títulos como Roblox e The Sims serem classificados por idade, relatos de famílias indicam que crianças participam de interações destinadas a adultos, como simulações sexuais e violência.
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Pais relatam dificuldade em acompanhar o que os filhos consomem nesses espaços, já que as interações ocorrem de forma rápida e, muitas vezes, escondida em chats e avatares. Em famílias com menos acesso a opções de lazer, o videogame acaba sendo a alternativa mais viável, o que amplia o tempo de exposição.
De acordo com psicólogos, sinais como queda no desempenho escolar, mudanças de humor e isolamento podem indicar que a criança está sofrendo algum tipo de influência nociva.
A chamada “adultização precoce” compromete a infância ao introduzir discursos e práticas que não correspondem à realidade dessa fase da vida. Por isso, profissionais defendem a necessidade de maior vigilância familiar, além de políticas mais rigorosas de monitoramento das plataformas digitais.