Chuvas no RS: Anac autoriza retirada de aviões no Aeroporto de Porto Alegre
Segundo a agência, está prevista a retirada de 9 das 47 aeronaves que ficaram presas no local
Antonio Souza
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizou neste sábado (8), a retirada de aviões do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. As aeronaves estavam retidas no local por conta dos alagamentos que assolaram o estado nas últimas semanas.
Segundo a agência, está prevista a retirada de 9 das 47 aeronaves que ficaram presas no local. O aeroporto está com as operações suspensas desde 3 de maio, pois foi tomado por água.
A retirada das aviões deve ocorrer em horários pré-definidos pela Fraport Brasil, concessionária do Salgado Filho, em conjunto com o serviço de tráfego aéreo. O aeroporto seguirá com as operações suspensas por tempo indeterminado.
Até o momento, as chuvas mataram 172 pessoas, deixando 41 desaparecidas, 806 feridas e mais de 603,2 mil fora de casa. Cidades foram devastadas: 476, de um total de 497, sofreram algum tipo de dano. O estado soma bilhões de reais em prejuízos.
77% dos municípios do Rio Grande do Sul apresentam risco de desastres
Um levantamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação aponta que 77% dos municípios do Rio Grande do Sul apresentam risco entre médio e muito alto de desastres.
Pesquisadores buscam explicações para o desastre climático histórico no Rio Grande do Sul. Segundo um estudo internacional, as mudanças no clima associadas ao fenômeno El Niño dobraram o risco da ocorrência de eventos extremos no estado. As chuvas também ficaram mais intensas.
A análise do ministério apontou ainda falhas na prevenção e monitoramento da crise, principalmente nas áreas urbanas, que contribuíram para potencializar o desastre.
Segundo o coordenador do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a capital está localizada em um ponto de encontro de massas de ar.
"O que nós temos que fazer, a partir de agora, é melhorar esses cenários de mudanças do clima e nos adaptarmos, tentar mitigar as consequências para a sociedade, para a economia e principalmente também, não podemos esquecer, para todo o ambiente gaúcho", afirma Jefferson Simões.