Bruno Henrique, Paquetá e Luiz Henrique: relembre jogadores investigados por manipulação de partidas
Atacante do Flamengo foi alvo de uma operação da PF e Ministério Público que apura fraude de cartão amarelo para benefício de apostas esportivas
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP), nesta terça-feira (5), que investiga uma suposta manipulação de apostas esportivas.
Ele é suspeito de ter recebido um cartão amarelo intencionalmente em uma partida do Flamengo contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Segundo a investigação, parentes do atleta e envolvidos no esquema teriam apostado na advertência dele.
Bruno Henrique não é o primeiro jogador investigado em esquema de manipulação. Conheça outros atletas de futebol alvos da Polícia e da Justiça:
Lucas Paquetá
Atualmente no West Ham (Inglaterra), o meio-campista da Seleção Brasileira Lucas Paquetá foi indiciado, em maio deste ano, pela Football Association (FA), entidade responsável pelo futebol inglês, por manipular apostas esportivas por meio de cartões amarelos. O jogador teria forçado o cartão em ao menos quatro partidas pela Premier League, entre 2022 e 2023. Bruno Toletino, tio do Paquetá, é investigado por participar do esquema.
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Além disso, o jogador enfrenta outra investigação pela mesma federação. Ele é acusado dificultar o trabalho policial após descartar um celular alvo da investigação que era analisado pela perícia.
Caso seja considerado culpado, Paquetá pode ser banido do futebol profissional. Em solo brasileiro, ele deverá prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquéirito (CPI) da Manipulação de Jogos, conduzida pelo Senado, no dia 3 de dezembro.
Luiz Henrique
Luiz Henrique, atacante do Botafogo e da Seleção Brasileira, está sendo investigado na Espanha pelo envolvimento de uma "organização criminosa dedicada à manipulação de resultados nas apostas esportivas". A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo.
O Ministério Público de Goiás encaminhou detalhes da Operação Penalidade Máxima, realizada no ano passado, que investigou uma quadrilha especializada na manipulação de partidas oficiais. O empresário Bruno Lopez de Moura, chefe do esquema, teria ligações com o "Pantera Negra", como é conhecido o botafoguense.
Em 2023, o jogador foi mencionado em uma investigação da SportsRadar, uma empresa que monitora ações suspeitas em bets, por um volume incomum de apostas quando ele atuava no Real Bétis (Espanha) e Paquetá, no West Ham.
O caso não foi investigado pelas autoridades espanholas e ganhou destaque novamente, quando o Uol revelou que familiares de Paquetá transferiram R$ 40 mil para parentes de Luiz Henrique depois de uma possível combinação de cartões.
Operação Penalidade Máxima
O Ministério Público de Goias denunciou ao menos 16 pessoas por manipular resultados de 13 partidas de futebol, sendo oito do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, uma da Série B de 2022 e quatro de campeonatos estaduais de 2023. Relembre casos de destaque e os times que eles jogavam, na época:
Eduardo Bauermann (Santos)
Na época pelo Santos, ele recebeu R$ 50 mil para tomar um cartão amarelo em uma partida do Peixe contra o Avaí, pelo Brasileirão de 2022. O defensor não cumpriu o acordo e, posteriormente, optou por cumprir outra fraude no confronto entre Botafogo x Santos. Cooptado para receber um vermelho neste jogo, Bauermann foi advertido com o cartão após o apito final, o que não teve efeito para o acordo.
Fernado Neto (Operário-PR)
O volante aceitou receber R$ 500 mil, dos quais R$ 40 mil foram depositados previamente, para tomar um cartão vermelho no jogo entre Sport e Operário-PR, pela Série B de 2022.
Igor Cariús (Cuiabá)
Então jogador do Cuiabá, o lateral Igor Cariús aceitou receber um valor indevido para tomar um cartão amarelo na partida entre Ceará e Cuiabá, no Brasileirão de 2022 — o jogador cumpriu o acordo. Não se sabe o valor exato do pagamento ao atleta, mas ele recebeu previamente R$ 5 mil.
Paulo Miranda (Juventude)
Entrou em acordo para receber R$ 110 mil, sendo R$ 15 mil previamente, para tomar cartões amarelos nos duelos entre Juventude x Fortaleza e Goiás x Fortaleza, pela Série A do ano passado. O jogador foi advertido com cartão nos dois jogos.
Victor Ramos (Portuguesa)
Aceitou promessa de receber R$ 100 mil para cometer um pênalti na partida entre Guarani x Portuguesa, em 2024, pelo Campeonato Paulista. Porém, os aliciadores não encontraram outros jogadores para a realização da fraude e não seguiram com a tentativa de manipulação.