Brasil

Brinquedos tradicionais superam eletrônicos nas vendas do Dia das Crianças

Setor de comércio e serviços deve movimentar quase 20 bilhões de reais na data, que promete ser marcada por um retorno aos brinquedos analógicos

Publicidade

O setor de comércio e serviços espera movimentar quase R$ 20 bilhões neste Dia das Crianças — a terceira melhor celebração para os lojistas, depois do Natal e do Dia das Mães. E a véspera da data, em São Paulo, desmentiu a crença de que os pequenos só querem ganhar celulares e videogames.

+ Brasil Game Show, maior feira de jogos da América Latina, chega a último dia em SP

Congestionamento dentro das lojas, filas enormes nos caixas e muita correria para escolher o melhor presente marcaram o clima das compras.

Uma pesquisa feita pelo Datafolha, a pedido da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, mostrou que os itens preferidos neste Dia das Crianças são os brinquedos, com 61%, e o vestuário, com 26%. Apenas 4% dos entrevistados disseram que pretendem comprar eletrônicos.

São milhares de opções para quem quer tirar as crianças da frente das telas. Até mesmo brinquedos tradicionais e jogos do tempo da vovó estão fazendo mais sucesso neste ano do que a tecnologia.

Vai ser um Dia das Crianças analógico, com a preferência dos consumidores pelas lojas físicas. E o varejo se preparou para receber os clientes. Ondamar Ferreira, gerente dos Armarinhos Fernando, explica:

“Carrinhos, bonecas, bolas, bonecos, jogos em geral estão indo muito bem. Os jogos de tabuleiro estão saindo super bem. Acho que os pais estão dando uma excelente preferência para as crianças, ou seja, tirando eles um pouco do comodismo das telas virtuais.”

Especialistas em educação também elogiam a escolha por menos tecnologia. A psicopedagoga Paula Furtado, criadora de 14 jogos educativos e autora de mais de 100 livros infantis, afirma que as telas produzem crianças ansiosas e que os jogos físicos ensinam muito sobre as situações da vida real.

“O brinquedo, o jogo traz essa convivência, traz o esperar a vez, trabalha a frustração, porque nem sempre eu vou ganhar. Naquele joguinho no celular, ele perdeu uma e já tem outra vida, já começa outro. Então é aquela ansiedade contínua", explica a psicopedagoga.

Esse novo panorama, de resgate dos antigos jogos, teve uma ajuda poderosa: a proibição do uso de celulares nas escolas, o que obrigou alunos e professores a encontrar outras formas de diversão.

“Eu tenho visto meus pacientes, e quando vou nas escolas para falar sobre eles, vejo as crianças jogando mais jogos de tabuleiro. A criançada está chegando lendo aqui, coisa que eu não via com frequência. E os irmãozinhos que ficam na sala de espera estão sempre pegando livro daqui da prateleira ou trouxeram de casa", conta Paula Furtado.
Publicidade

Assuntos relacionados

Dia das Crianças
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade