Brasil ultrapassa marca de 2 milhões de casos prováveis de dengue em 2024
Houve 682 mortes em decorrência da doença, e outros 1.042 óbitos estão em investigação
Guilherme Resck
O Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos prováveis de dengue registrados em 2024. A atualização mais recente do Painel de Monitoramento de Arboviroses, do Ministério da Saúde, às 15h40 desta quinta-feira (21), mostra que são 2.010.896. É o maior número em mais de 20 anos.
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Houve 682 mortes por dengue em 2024, e há outros 1.042 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência da doença está em 990,3, e a letalidade em casos prováveis é de 0,03.
A faixa etária de 20 a 29 anos é a que tem o maior número de casos prováveis de dengue registrados neste ano, com 384.060.
Em relação aos estados, Minas Gerais ocupa a primeira posição, com 676.758 casos prováveis. Na sequência vêm São Paulo (379.222), Paraná (189.179), Distrito Federal (161.299) e Rio de Janeiro (149.797). Por coeficiente de incidência da doença, porém, é o DF que fica em primeiro lugar, com 5.725,8.
O vírus da dengue pode ser transmitido às pessoas principalmente por via vetorial, pela picada de fêmeas do mosquito Aedes aegypti infectadas. Transmissão por via vertical (de mãe para filho na gestação) e por transfusão de sangue são raros.
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Em 21 de dezembro do ano passado, a vacina contra dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, o quantitativo de doses da vacina é restrito, por conta da capacidade de produção e entrega do laboratório responsável.
A ministra da Saúde Nísia Trindade disse, na quarta-feira (20), que doses não utilizadas até então na campanha de imunização contra a doença serão redistribuídas pelo país. Ainda assim, critérios de vacinação serão mantidos e os destinos estão em análise.
O ministério orienta que os estados e municípios apliquem a vacina em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue após as pessoas idosas, público para o qual a substância ainda não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ações preventivas
Entre as ações preventivas contra a doença que a população pode adotar, estão:
- Usar telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
- Remover recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
- Vedar reservatórios e caixas de água;
- Desobstruir calhas, lajes e ralos;
- Participar na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Tratamento
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento da doença é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Dessa forma, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:
- Repouso;
- Ingestão de líquidos;
- Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência se houver sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme;
- Retorno para reavaliação clínica de acordo com orientação médica.