Brasil tem 1.680 celulares roubados por hora, diz Datafolha
Mais de 9% dos entrevistados tiveram o aparelho roubado ou furtado entre julho de 2023 e junho deste ano
Uma pesquisa Datafolha aponta que 1.680 celulares são roubados por hora no Brasil. O levantamento entrevistou 2.508 pessoas, com mais de 16 anos, de todas as regiões do país.
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Segundo o estudo, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Folha de São Paulo, esse tipo de delito atinge principalmente os moradores das capitais, onde 15% dos entrevistados afirmam ter sofrido esse tipo de crime. Nas cidades do interior, o número cai para 6%.
A pesquisa Datafolha mostra que 9,2% dos participantes do estudo tiveram seus celulares roubados ou furtados. A partir deste número, o levantamento projeta que, no período analisado, 14,2 milhões de brasileiros foram vítimas desse delito.
Os números apresentados pela pesquisa ainda revelam um dado alarmante: em comparação com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que analisa o ano de 2023, os roubos e furtos de celulares saltaram de 107 a cada hora para 1.680 — um aumento de cerca de 15 vezes mais.
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De acordo com o estudo, a discrepância se dá, sobretudo, por uma alta taxa de subnotificação. Isso, porque no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, são levantados apenas os dados de registros oficiais, como boletins de ocorrência. Na pesquisa Datafolha, também foi apontado que apenas 55% dos entrevistados fizeram algum registro do roubo ou furto dos aparelhos — isto é, uma subnotificação de 45% dos casos.
Mesmo com esse número elevado, o aumento ainda é muito maior do que o esperado (cerca de 1.570%). Em entrevista concedida a Folha de São Paulo, o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio Lima, explica que a subnotificação pode ser ainda maior, pois as pessoas dizem que relataram o roubo ou furto — a um policial próximo ou no telefone 190 (número da polícia) —, mas não registraram oficialmente o crime.
"Pode haver também o que se chama de 'efeito telescópio', quando o entrevistado coloca no período de referência um evento dramático que na verdade aconteceu há 13 meses, por exemplo, e não há 12", afirma o diretor-presidente.
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A pesquisa Datafolha também estimou que o prejuízo provocado por esse tipo de crime foi de R$ 22,7 bilhões — ficando atrás apenas de golpes com Pix ou boletos falsos, R$ 25,4 bilhões, em danos financeiros causados por delitos.