Brasil registra queda de 12% nas emissões de gases do efeito estufa
É a maior queda registrada em 15 anos, segundo Observatório do Clima; redução do desmatamento na Amazônia colaborou com resultado
O Brasil registrou em 2023 uma queda de 12% nas emissões de gases de efeito estufa, segundo dados divulgados, nesta quinta-feira (7), pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG).
O número representa a maior queda registrada desde 2009, quando o país obteve seu menor índice na série histórica iniciada em 1990.
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No ano passado, foram emitidos 2,3 bilhões de toneladas de gases estufa, volume equivalente às emissões anuais de aproximadamente 540 milhões de carros, frente a 2,6 bilhões em 2022.
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A queda geral das emissões está relacionada principalmente à redução do desmatamento na Amazônia, que caiu 30% em 2023, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Além da Amazônia, o Pampa também registrou queda de 15% nas emissões, embora o bioma represente apenas 1% do total nacional.
Aumento das emissões em outros biomas
Enquanto isso, foi registrado aumento das emissões nos outros biomas em 2023: 86% no Pantanal, 23% no Cerrado, 11% na Caatinga e 4% na Mata Atlântica. Apesar de registrar aumento nas emissões, houve queda do desmatamento de 25,8% no Cerrado em relação ao período de agosto de 2023 a julho de 2024, a primeira redução em quatro anos no bioma.
Além da Amazônia, o Pampa registrou 15% de queda, mas o bioma é responsável por apenas 1% do total de emissões.
Atrás da China, EUA, Índia e Rússia vem o Brasil, considerado o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo.
De onde vem as emissões de gases do efeito estufa?
Os cinco estados mais poluentes do país são Pará (13,6% do total), Mato Grosso (13%), Maranhão (7,6%), Minas Gerais (7,4%) e São Paulo (6,7%).
As mudanças no uso da terra, como o desmatamento e a transformação de ecossistemas naturais em áreas agrícolas, continuam a ser a principal fonte das emissões brasileiras, respondendo por 46% do total em 2023. Em segundo lugar está o setor agropecuário, responsável por 28% das emissões, seguido pela energia (18%) e resíduos (4%).
Desses, agropecuária e energia tiveram aumento.
No caso do setor agropecuário brasileiro foi o quarto recorde consecutivo de emissões, com 2,2% de aumento em 2023, totalizando 631 milhões de toneladas de CO₂. Esse crescimento está ligado ao aumento do rebanho bovino, uso de calcário e fertilizantes sintéticos. A atividade agropecuária, incluindo o desmatamento associado, é responsável por 74% das emissões totais do país, destaca o SEEG.
Os setores de energia e processos industriais também apresentaram elevação nas emissões, embora de forma mais moderada. A energia teve um aumento de 1,1%, com 420 milhões de toneladas de CO₂ emitidas, e a indústria registrou uma alta de 0,9%, alcançando 91 milhões de toneladas.