Boate Kiss: familiares e sobreviventes lutam por justiça 12 anos após a tragédia
Data foi lembrada com homenagens às 242 vítimas do incêndio; caso ainda tramita no Supremo Tribunal Federal
SBT News
A tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, completou 12 anos nesta segunda-feira (27). Desde a madrugada, sobreviventes, parentes e amigos das vítimas reuniram-se em homenagens para lembrar os 242 mortos no incêndio, que também deixou 636 feridos e cicatrizes emocionais profundas.
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Durante os atos, os rostos das vítimas foram colados em um muro próximo ao local, substituindo a antiga boate que agora dá lugar à construção de um memorial. Pela primeira vez, as homenagens ocorreram sem o prédio original da boate como cenário.
Ingrid Cezimbra, amiga de uma das vítimas, emocionou-se ao recordar Pamela, que havia se formado semanas antes da tragédia. "Ela era minha melhor amiga. Perdi um pedacinho de mim naquele dia", disse.
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Flávio Silva, pai de Andrieli Righi e presidente da Associação das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, destacou a importância do memorial. “Esperamos que ele seja inaugurado em breve. Memória é prevenção, mas a justiça é essencial. Para isso, os réus precisam cumprir suas penas”, afirmou.
Os sócios da boate, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, foram condenados em 2021 a penas entre 18 e 22 anos de prisão. No entanto, o julgamento foi anulado, e os réus aguardam nova decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem prazo até a próxima segunda-feira para se manifestar.
De acordo com Maurício Cipriani, advogado de Mauro Hoffmann, a defesa acredita que o STF deverá reformar a decisão monocrática anterior e submeter os réus a um novo júri popular.
Sobreviventes também reforçaram a necessidade de manter viva a memória do incêndio. “Ela nos ensina e previne para que algo assim não volte a acontecer em outros lugares”, afirmou Maike Adriel dos Santos.