Ao menos 47 pessoas foram presas em meio à calamidade no Rio Grande do Sul
Por suposta participação em saques, 41 prisões ocorreram em flagrante e outros seis homens são suspeitos de cometer abusos sexuais
A Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul divulgou, nesta quinta-feira (9), um balanço das prisões registradas em meio à calamidade no estado. Pelo menos 47 pessoas foram presas, sendo 41 em flagrante por suposta participação em saques e seis por suspeita de abusos sexuais.
De acordo com o governador Eduardo Leite (PSDB), os seis homens presos por violência sexual são parentes das vítimas e teriam praticado os crimes dentro dos abrigos onde estão pessoas que tiveram que sair de casa por causa das enchentes. “Lamentavelmente, envolvem familiares das crianças. O que sinaliza a possibilidade desses abusos acontecerem já anteriormente e que a situação nos abrigos, na verdade, escancarou, revelou isso, dando inclusive a oportunidade de o Poder Público agir”, enfatizou Leite.
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“Nos casos de abuso relatados, nossas equipes de segurança entraram imediatamente em operação e as pessoas [suspeitas] foram presas”, informou o governador. Para prevenir novos casos, o governo estuda disponibilizar abrigos exclusivos para mulheres, crianças e adolescentes. “É uma das nossas ações prioritárias dar a oportunidade de um abrigo em situação especialíssima para quem se sinta em uma situação vulnerável e precise de um acolhimento especial”, explicou Leite.
Saques
O secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, confirmou a grande incidência de saques. Segundo ele, agentes da Brigada Militar e da Polícia Civil reforçaram o patrulhamento com uso de embarcações para evitar esse tipo de crime. “Com isso, os saques já reduziram muito nos últimos dias”, afirmou Caron. O número de ocorrências não foi divulgado.
Caron anunciou que, até sábado (11), a secretaria colocará nas ruas alagadas e dentro dos abrigos 1 mil reservistas da Brigada Militar, convocados por meio do Programa Mais Efetivo. “Temos este foco agora muito direcionado para os abrigos. Em alguns deles, já temos, permanentemente, integrantes da Brigada Militar e da Polícia Civil. Aqueles poucos que ousarem cometer crimes, especialmente dentro dos abrigos, serão presos”, assegurou Caron.