"Ame Jonatas": pais são presos por desviar dinheiro de campanha para tratamento de menino
De acordo com a justiça catarinense, o casal se apropriou indevidamente dos recursos doados para fins pessoais
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Os pais de Jonatas Openkoski, um menino com Atrofia Muscular Espinhal (AME) que morreu em 2022 após sofrer uma parada cardíaca, foram presos por irregularidades na campanha "Ame Jonatas", nesta quarta-feira (22), em Joinville, Santa Catarina. O casal estava foragido desde a morte do menino, que viveu por cinco anos.
De acordo com a justiça catarinense, o casal se apropriou indevidamente dos recursos destinados ao tratamento da criança para fins pessoais. O advogado do casal informou que os dois foram conduzidos para audiência de custódia nesta quarta-feira (22).
O casal foi condenado a 70 anos de prisão por estelionato e apropriação. O pai da vítima foi condenado a 44 anos e 29 dias de reclusão, em regime fechado, além de multa. Já a mãe de Jonatas foi condenada a 26 anos, 11 meses e 13 dias de reclusão, em regime fechado, além de multa. Eles terão direito de recorrer em liberdade.
O casal também foi condenado ao pagamento das custas processuais e a indenização no valor de R$ 178.176,25, que seria destinado a Jonatas e a uma entidade social que atua nos cuidados e tratamentos de crianças com AME.
“Os bens de alto valor financeiro ou social como, por exemplo, as camisetas e instrumentos musicais fornecidos à campanha por atletas e artistas famosos, deverão obrigatoriamente ser repassados para outras campanhas públicas assistenciais”, apontou o magistrado.
O que foi a Campanha “Ame Jonatas”?
A campanha “Ame Jonatas” foi criada pelos réus com o objetivo de arrecadar fundos para o tratamento do filho, diagnosticado como portador da doença do tipo 01. A indicação para o tratamento era o medicamento Spinraza, que custava cerca de R$ 3 milhões, mas já é fornecido pelo SUS desde 2021.
A campanha teve alcance nacional e internacional. O casal também possuía uma rede de venda de camisetas vinculada à campanha, que seria revertida para tratamento de Jonatas. Porém, a quantia levantada pela empresa não justificava os gastos dos réus.
As investigações da campanha começaram em 2018, a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).