Alta procura aumenta preços e causa falta de repelentes nas farmácias
Pesquisa feita pelo Procon de São Paulo aponta alta de 9,95% em apenas uma semana
O medo de ser picado pelo mosquito transmissor da dengue tem provocado uma verdadeira correria por repelentes, que já causa outros problemas, como a falta do produto e o aumento no preço.
Ricardo Agostinho, dono de uma farmácia, fala da dificuldade para renovar o estoque: "você fica dois, três dias para poder repor, cada vez mais vem menos e, literalmente, vem mais caro, em torno de 5%, 6%".
Uma pesquisa feita pelo Procon de São Paulo aponta alta de 9,95% em apenas uma semana, de 1 a 8 de março.
A recomendação do Procon é pesquisar, porque a variação de preços do mesmo produto, em diferentes lojas, chega a ultrapassar 100%.
Em um dos exemplos, o preço da mesma marca de repelente variava de R$18,99 a R$ 39,38 no começo deste mês e, segundo o Procon, não há o que fazer.
"Pela nossa legislação, não caracteriza abuso de preço, é a lei do mercado, oferta e procura", afirma Carlos Coscarelli, assessor-executivo do Procon-SP.
Os fabricantes se defendem: dizem que uma parte dos insumos usados na produção é importada e teve aumento de 30%. Além disso, a indústria alerta para a possível falta da matéria-prima.
"Tem um prazo de importação desses produtos, que podem levar até 70, 80, 90 dias, dependendo da negociação, e isso também está fazendo com que encareça ainda mais o produto, esses insumos, que, na verdade, não estão sendo achados", afirma Amabile Martins, coordenadora de marketing de uma indústria química.