Acusado da morte de Bruno Pereira e Dom Phillips poderá ficar em prisão domiciliar
Decisão do TRF1 veio após advogados de Oseney alegarem problemas de saúde
Yumi Kuwano
Um dos três réus pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips teve a prisão domiciliar concedida nesta sexta-feira (20), em Brasília, pelo desembargador Marcos Augusto de Sousa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
A defesa de Oseney da Costa de Oliveira havia solicitado a prisão domiciliar do acusado por questão de saúde, para o tratamento de um sangramento retal. Na avaliação de Marcos Augusto, não há provas da participação de Oseney nos homicídios de Bruno e Dom. O colegiado seguiu voto do desembargador.
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Na última terça-feira (17), a Quarta Turma do TRF1 rejeitou a acusação do Ministério Público contra ele e decidiu que o réu não seria julgado pelo Tribunal do Júri, como Amarildo da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, que confessaram ser os autores dos disparos do crime.
Oseney deverá usar uma tornozeleira eletrônica para ser monitorado em Manaus, e ficará na casa de um parente.
Relembre o caso
Os crimes ocorreram na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, no dia 5 de junho de 2022. Bruno e o britânico Dom Philips foram vítimas de uma emboscada, enquanto viajavam de barco pela região que abriga a segunda maior terra indígena do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Os corpos foram encontrados 10 dias depois enterrados em uma área de mata fechada.
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Colaborador do jornal britânico The Guardian, Dom planejava entrevistar lideranças indígenas e ribeirinhos para o livro "Como Salvar a Amazônia". Bruno havia deixado a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2020, e, desde então, trabalhava como consultor técnico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).