Seca provoca falta de peixes em cidades do Pará
140 cidades do estado estão em situação de emergência por conta da estiagem
Mayra Leal
A seca prolongada provocou a decretação de situação de emergência em quase todo o Pará. A população ribeirinha, que vive da pesca, enfrenta a escassez do alimento, que já sumiu até do cardápio dos restaurantes.
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Moradores percorrem quilômetros a pé até chegar em casa. De barco, o único jeito é desligar o motor e remar. Enquanto nos lagos de Itaituba, no sudoeste do Pará, milhares de peixes morrem por falta de oxigênio, nos mercados, falta o alimento para a população.
O peixe até saiu do cardápio dos restaurantes. "Aumentou muito o preço, aí não ta compensando", afirma Sonia Santana, proprietária de um restaurante.
Mais de 130 pescadores ficaram sem renda e vão receber o auxílio de R$ 2.640 do governo federal.
O estado decretou situação de emergência em 140 dos 144 municípios do Pará. Essa já é uma das estiagens mais rigorosas dos últimos anos. Segundo os meteorologistas, tudo isso é culpa do fenômeno El Niño, intensificado pela ação humana.
"As chuvas tendem a se intensificar a partir de dezembro, atingindo um pico em janeiro, fevereiro e março. No entanto, existem alguns fatores locais que podem prejudicar o desenvolvimento dessas chuvas, que é em função de queimadas, por exemplo, um aquecimento da baixa atmosfera. Isso faz com que a precipitação ela não chegue na superfície mesmo que tenha uma nuvem em condições de produzir chuvas", afirma Paulo Kuhn, meteorologista e professor da UFPA.