Dezembro: Amazônia terá chuvas abaixo da média e temporais seguem no Sul
Preocupação com pouca chuva no oeste da Amazônia preocupa Inmet e ANA após região da floresta ter passado por seca em 2023
Raphael Felice
A Região Sul do Brasil deve continuar sofrendo com chuvas fortes em dezembro. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Paraná e Santa Catarina devem sofrer acúmulo de precipitação superior a 180 milímetros no último mês do ano.
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A exceção será o Rio Grande do Sul. No segundo semestre de 2023, os gaúchos sofreram com o mau tempo e o estado chegou a ser atingido por um ciclone no mês de setembro. Na semana passada, o RS também enfrentou chuvas fortes que causaram alagamentos e estragos em 177 municípios, deixando mais de 28 mil pessoas desabrigadas.
No outro extremo do país, principalmente nos estados da região Amazônica, a chuva deve ficar abaixo da média. Em dezembro, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de chuvas próximas ou abaixo da climatologia do mês em áreas da Região Norte, como o oeste do Amazonas, leste do Pará e Tocantins e grande parte da Região Nordeste com volumes previstos inferiores a 200 milímetros.
A preocupação sobretudo com o oeste da Amazônia ocorre por conta das intensas secas que a região enfrentou ao longo de 2023. Uma nota técnica assinada pelo Inmet, a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espacaiais e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) também alertou alertar sobre a situação na região, tanto pelo risco de queimadas, quanto por afetar a vazão natural de importantes rios.
"Na Região Norte, as vazões apresentaram curtos episódios de elevação nos rios tributários do rio Amazonas, ainda em situação de seca e com impactos sobre a navegação persistindo em pontos dos rios Purus, Juruá, Madeira, Solimões e Negro. As vazões naturais no rio Madeira em Porto Velho em novembro apresentaram leve aumento em relação a situação de outubro, mas ainda se encontram 56% abaixo da média para o mês, continuando em vigor a declaração da ANA de situação crítica de escassez hídrica até 30 de novembro", diz o documento. "O rio Negro atingiu seu nível mínimo histórico de 12,65 m (cota média diária) no Porto de Manaus em 26 e 27 de outubro, quase 1 metro abaixo do recorde negativo anterior, de 13,63 m em 2010", diz a nota técnica entre a ANA, Inmet.
Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste a previsão é de chuvas acima da média e mais regulares, com volumes que podem superar 300 milímetros em municípios de Mato Grosso, Goiás, centro-sul de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e no sul do Rio de Janeiro. No final de novembro, alguns estados das regiões começaram a receber fortes precipitações após um longo período de seca e altas temperaturas. Também há previsão de chuva superior a 200 milímetros no norte dos estados de Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo.
O Inmet também trouxe gráficos para o impacto do fenômeno climático El Niño para explicar as chamadas "anomalias" de temperatura e de precipitação.
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