Desembargador diz que "gravidez não é doença" após pedido de adiamento
Fala insensível do excelentíssimo foi dita durante julgamento na Justiça do Trabalho do Pará
Primeiro Impacto
Um desembargador da Justiça do Trabalho do Pará afirmou que "gravidez não é doença" após o pedido de adiamento de uma audiência feito por uma advogada gestante, que estava prestes a dar a luz.
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O excelentíssimo foi retrucado pelos pares: "Sim, excelência, não é uma doença, mas é um direito". Georgenor de Sousa Franco Filho, manteve-se irredutível: "Mas ela não é parte do processo, é apenas advogada do processo".
A fala sobre gravidez têm referência em uma dita pelo governador paraense Magalhães Barata, que governou o estado entre 1956 e 1959.
A advogada Suzane Guimarães tinha solicitado que o processo fosse julgado em outro dia, para fazer a defesa oral do caso. A relatora do processo e desembargadora Sulamir Pereira, aceitou o pedido de adiamento e, ao proferir o comunicado, foi rebatida por Georgenor, que afirmou a frase insensível.
Os colegas defenderam a advogada e, ainda assim, foram retrucados com o desembargador afirmando que outro advogado poderia substitui-la.
A decisão do desembargador ganhou o repúdio da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará. O órgão ainda revelou que o parto era aguardado para a data da audiência, em 10.out, mas o bebê nasceu quatro dias antes e está hospitalizado. A OAB-PA ainda disse que é uma "fala severa" e que "agride o direito da mulher." O Tribunal Regional do Trabalho também lamentou o episódio.
Com a repercussão do caso, Georgenor de Sousa publicou um texto em uma rede social afirmando que, depois de rever as imagens do julgamento, percebeu o quanto foi "infeliz" e "indelicado", encerrando o texto pedindo desculpas à advogada ofendida.
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