Projetos do bem ajudam estudantes de baixa renda a realizar o sonho da Universidade
Alunos de São Paulo recebem apoio, inclusive financeiro, para ingressar no ensino superior
SBT News
Faltando um mês para o início dos principais vestibulares do País, muitos estudantes ainda buscam meios para conseguir arcar com as despesas.
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O sonho de fazer letras numa universidade pública brasileira veio depois que a família da Miranda Briceño, de 18 anos, que é da Venezuela, se refugiou no Brasil. Hoje ela frequenta gratuitamente um curso pré-vestibular na capital paulista e tenta equilibrar a rotina de trabalho e estudo.
"O acolhimento é bem bonito, bem tranquilo. Você fica bastante confortável com todo mundo. Não dá para diferenciar quem é bolsista, quem paga e quem não. Você tem que dar valor, essa é uma chance única. Essa chance foi me dada e eu tenho que aproveitar".
Para muitos estudantes, um dos principais obstáculos, além de ter acesso ao ensino de qualidade, é a falta de verba para pagar coisas simples: transporte público, por exemplo. Também falta dinheiro para pagar a inscrição em alguns dos principais vestibulares do País.
O Kauã Simões, de 16 anos, é descendente de indígenas e assim como Miranda, conseguiu uma bolsa integral para se preparar para os exames.
Os dois tiveram ajuda de um projeto social, que este ano ofereceu 300 vagas para alunos carentes, e que pela primeira vez recebe alunos imigrantes refugiados na turma. Para Gilberto Alvarez, diretor do cursinho, o importante é levar educação para quem precisa.
"Também é uma questão importante para o Brasil, porque você acaba trazendo competência para estes estudantes. A convivência acaba gerando uma sociabilização entre eles, o que é muito importante não só para o vestibular, mas também para o trabalho e para a vida".
A Fuvest, que prorrogou o prazo de término das inscrições do vestibular 2024 até as 12h da próxima 3ª feira (10.out), cobra uma taxa de R$ 191, o que para muitos estudantes se torna inviável. Para o processo seletivo, 33 mil estudantes carentes pediram isenção da taxa, mas somente 7 mil pedidos foram aceitos.
Para tentar diminuir os impactos da falta de condições, a ONG Amplia está arrecadando doações para custear as inscrições dos alunos de baixa renda.
Cristiano Santos Ferraz, é diretor de parcerias e explica que o papel do movimento "é diminuir as desigualdades, conectando esses estudantes carentes com pessoas que gostariam de apoiá-lo, seja com pagamento da inscrição do vestibular, ou a doação de um dispositivo digital e até mesmo garantindo recursos para que esse estudante faça o deslocamento entre a casa dele e o local da prova".
O grupo que coordena as atividades do Amplia é formado por pessoas que estudaram na USP na área de Humanas, fizeram extensão universitária e são ativistas pela educação no Brasil.
Para se inscrever e fazer uma doação basta acessar movimentoamplia.org.br. A ONG aceita doações por pix no email: contato@movimentoamplia.org.br