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Brasil

Às voltas contra fake news, imunização no Brasil completa 50 anos

Referência mundial, programa implantado pelo governo tenta combater a queda da cobertura vacinal

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Considerado um dos mais bem-sucedidos programas de vacinação do mundo, o Programa Nacional de Imunizações completa 50 anos no dia 18 de setembro. O projeto é responsável por distribuir, de graça, cerca de 300 milhões de doses de vacinas, soros e outros imunobiológicos por ano no país.

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Atualmente, o Brasil dispõe de 38 mil salas de imunização. A maior conquista nessas cinco décadas, sem dúvida, foi o desaparecimento de doenças que anos atrás eram frequentes. "As vacinas foram capazes de eliminar o sarampo, a poliomielite, erradicar a varíola. Controlar doenças como a coqueluche, a meningite, a gripe, que faziam vítimas e eram responsáveis no passado por uma mortalidade infantil, em especial, extremamente elevada", explica Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

A Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan são os principais produtores no país. Durante a pandemia da covid-19, o Butantan forneceu ao PNI 115 milhões de doses da Coronavac. Por ano, disponibiliza 80 milhões de doses do imunizante contra a gripe.

O problema é que o Brasil tem registrado uma baixa adesão às campanhas de vacinação. Segundo o ministério da Saúde, os índices gerais de cobertura vacinal, que chegaram a 97% em 2015, caíram para 75% durante a pandemia. 

Especialistas apontam que doenças que já haviam sido erradicadas podem voltar a ser uma ameaça à população. "O próprio sucesso do programa de imunizações, ao eliminar, controlar, erradicar as doenças, cria na população uma falsa percepção de que as doenças não são graves, de que o problema não mais existe", analisa Kfouri.

Um dos obstáculos é a desinformação, que tem dado dor de cabeça ao governo federal. "Nós estamos trabalhando fortemente para combater essa desinformação, essas fake news, e levar a informação correta à nossa população", disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Conhecimento é fundamental para evitar o que aconteceu com Alfonso Mena Filho, aposentado que desde os quatro anos convive com a sequela da paralisia infantil. "Eu nunca usei shorts, sabe? Por vergonha", conta, emocionado. "Tem muitas coisas que você se priva de fazer por causa disso. Não é fácil. E quando eu tive (a paralisia), não tinha vacina. Hoje tem e é de graça, e ninguém está levando as crianças pra vacinar. Essa é minha dor".

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