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Brasil

Marco da violência policial, chacina de Vigário Geral faz 30 anos

Vinte e uma pessoas inocentes foram assassinadas por vingança de traficantes na zona norte do Rio de Janeiro

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enterro das vítimas de Vigário Geral
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Ao voltar à comunidade, Iracilda Toledo revive o momento mais doloroso que já passou. "Vi minha casa, ainda tá do mesmo jeito... Dói muito. Nossa, Deus. Difícil." Presidente da Associação de Vítimas de Vigário Geral, ela perdeu o marido na chacina ocorrida em agosto de 1993.

Na verdade, a matança começou na noite de 29 e só terminou na madrugada do 30. Vinte e uma pessoas foram assassinadas a tiros por um grupo formado, na maioria, por policiais militares.

Segundo as investigações, os policiais faziam parte de um grupo de extermínio. Eles vieram até a comunidade motivados por vingança: no dia anterior à chacina, quatro agentes haviam sido assassinados por traficantes em frente a uma praça na comunidade.

"Eram marginais que, por acaso, eram também agentes da lei e que agiram por vingança", lembra o desembargador José Muños Piñeiro Filho, que atuou como promotor no caso. "Ingressaram na comunidade e praticaram a chacina porque não encontraram traficantes, mas não perderam a viagem."

Cinquenta e dois policiais foram denunciados, mas somente sete foram condenados. Atualmente, só dois cumprem pena em liberdade.

Nesta terça-feira, um memorial em homenagem às vítimas foi inaugurado em Vigário Geral. Um marco para que a história não seja esquecida. "Eles tiraram de mim meu bem maior. Ainda tiraram dele o direito de dar continuidade à família que ele construiu", resume Iracilda.

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