Maior exposição de artistas negros está aberta em São Paulo
Mostra gratuita está no Sesc Belenzinho e, a partir de 2024, obras vão circular pelo Brasil por 10 anos
SBT News
Maior exposição de artistas negros já montada no Brasil, "Dos Brasis - Arte e Pensamento Negro" abriu as portas nesta 4ª feira (2.ago), no Sesc Belenzinho, na zona leste da capital paulista.
Foram cinco anos de pesquisa até chegar aos 240 artistas que estão expostos na mostra. Os curadores viajaram pelas cinco regiões do país para selecioná-los. São mais de 300 obras, entre pinturas, fotografias, instalações e videoinstalações, produzidas entre o fim do século XVIII até o século XXI. Apesar disso, a exposição não segue uma ordem cronológica, são diferentes linguagens e estilos reunidos.
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A inspiração veio dos versos do samba-enredo da Mangueira, de 2019, "História pra ninar gente grande": Brasil, meu nego / Deixa eu te contar / A história que a história não conta. O objetivo da mostra é narrar essas "páginas ausentes" da história do Brasil, trazer outras versões sobre a ideia de país.
"A nossa tese principal é de uma história da arte branco-brasileira, que nunca teve os olhos de enxergar ou escolheu, por um projeto de brasil, ignorar essa produção, mas nós estamos presentes, sempre estivemos e somos incontornáveis.", explica a curadora Lorraine Mendes.
A exposição está dividida em sete temas, que têm como referência conceitos de intelectuais negros. Uma das maiores escritoras da literatura nacional, Conceição Evaristo tem o rosto retratado em uma das peças. As obras enchem os visitantes de reflexões, sobre assuntos que passam pela religiosidade, futebol e costumes.
O artista visual Rommulo Conceição trouxe de Porto Alegre uma instalação de ferro, cheia de cores, e que valoriza a figura das Adinkras -- símbolos criados por povos africanos e que estão presentes nos portões das casas brasileiras. A ideia dele é mostrar como a sociedade se apropria de certos elementos, tirando o significado verdadeiro.
As obras ficam no Sesc Belenzinho até 28 de janeiro de 2024. Depois, uma parte da mostra vai passar por Sescs de todo o Brasil pelos próximos 10 anos.