Petrobras diz ter confirmado 10 de 81 denúncias de assédio sexual
Cinco funcionários foram demitidos. Sindipetro questiona o baixo número de confirmações
O Grupo de Trabalho criado pela Petrobras para combater casos de assédio na estatal comprovou 10 casos de assédio e importunação sexual de 81 denúncias feitas entre 2019 e 2022. Em cinco deles, os acusados foram demitidos.
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As investigações começaram em abril deste ano, depois que um funcionário da empresa foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por assediar ao menos três auxiliares de limpeza. Segundo o relato das vítimas, o petroleiro se aproveitava da condição hierárquica superior para intimidá-las. Cristiano Medeiros de Souza só foi demitido após a ação da Promotoria. O caso fez com que outras denunciantes viessem a público.
Desde então, a empresa iniciou uma força-tarefa para rever os procedimentos internos de recebimento e tratamento das denúncias de assédio e importunação sexual contra mulheres. Das 81 denúncias, uma ainda segue em apuração. Das 10 comprovadas, cinco resultaram em rescisão de contrato, e as demais em suspensões ou em providências administrativas, "de acordo com a gravidade dos fatos". Ainda segundo a Petrobras, neste ano, foram realizadas quatro denúncias de assédio sexual.
Em nota, o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro RJ) questionou o número de casos confirmados e informou que irá se reunir com o grupo de trabalho criado pela Petrobras para cobrar esclarecimentos e solicitar a participação de sindicatos e CIPAs nos processos de apuração.
"Queremos mais avanços na luta contra o assédio. Essa notícia demonstra que não é suficiente", afirmou o sindicato em nota.