Quatro em cada dez bebês ainda não fazem o teste do pezinho no Brasil
O exame é capaz de detectar precocemente doenças congênitas e é obrigatório por lei
Victor Ferreira
O levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que quatro em cada dez bebês nascidos no país não fazem o teste do pezinho. O exame é obrigatório por lei e deve estar disponível em toda a rede pública do país.
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Além disso, ele é capaz detectar precocemente doenças congênitas. Tomás, de 4 anos, é um bom exemplo da importância do exame. Logo após seu nascimento, sua mãe fez o teste do pezinho ampliado e recebeu o diagnóstico de acidúria glutárica, uma doença genética rara, que torna o organismo da criança incapaz de quebrar qualquer proteína.
"Isso faz com que no prognóstico seja ou de chegar a óbito com 6 meses de vida ou depender de uma cadeira de rodas para ter sua vida até o final", disse a mãe de Tomás, Solange Naiper, que buscou tratamento precoce para seu filho: uma dieta rigida feita por sonda que mudou sua história.
"Com a adição da proteina, hoje ele [Tomás] tem não só a parte cognitiva preservada, mas ele anda, corre, fala, faz tudo o que as crianças fazem", completou Naiper.
O teste que mudou a vida de Tomás, deve ser feito entre o terceiro e quinto dia após o nascimento da criança. Foi o que a mãe do Anthony fez. "Em 20 dias, deu alteração, ai vim fazer o teste do pezinho. Ele tem hipertiroidismo", disse Maria Gabriela da Conceição.
O teste do pezinho básico identifica seis doenças. Em 2021, foi sancionada uma lei que amplia para 50 doenças capazes de serem identificadas pelo exame. O problema é que dois anos depois, pouca coisa avançou. Os estados tem até 2026 para se adequar a nova regra.
Para a supervisora do laboratório do Instituto Jô Clemente, Cintia Farta Bozzo, o desafio é garantir o acesso completo ao tratamento. "Você precisa ter diagnóstico, ter acompanhamento, a medicação disponível, e essa junção das três necessidades depende muito da coordenação dos três poderes", disse