Celular de Mauro Cid: veja íntegra e principais trechos do relatório da PF

Após o vazamento de conversas e documentos encontrados pela Polícia Federal (PF) no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório produzido pelos investigadores. 

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A íntegra do conteúdo conta com mais de 60 páginas (confira no fim do texto) e contém transcrições de conversas com teor golpista de Mauro Cid com outros militares, incluindo homens da ativa. O objetivo era manter Bolsonaro no poder apesar da derrota para Lula nas eleições presidenciais. 

Documentos golpistas
O relatório traz detalhes dos documentos com teor golpista encontrado no aparelho celular de Mauro Cid. Em um deles, há a previsão de nomeação de um interventor, afastamento e abertura de inquéritos contra ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e fixação de um prazo para novas eleições. 

A polícia destaca um dos documentos, enviado no dia 28 de novembro de 2022 e diz que "o conteúdo do texto chamou a atenção da equipe, pois apresenta em seu parágrafo final a expressão: declaro o Estado de Sítio; e, como ato contínuo, decreto Operação de
Garantia da Lei e da Ordem (...)"

Jurista
A polícia também registrou um suposto parecer do jurista Ives Gandra Martins. O documento é uma espécie de "entrevista" por escrito que teria sido submetida pelo major Fabiano da Silva Carvalho, do Exército, ao jurista. São, ao todo, nove perguntas sobre a possibilidade de as Forças Armadas serem empregadas "na garantia dos poderes constitucionais em situação de normalidade".

Também há registros de vídeos de Ives Gandra tratando do mesmo assunto. 

"O presidente vai ser preso"
Em um dos trechos aparece a já conhecida conversa de Mauro Cid com o coronel Jean Lawand Junior. No diálogo, Lawand diz: "Cidão, pelo amor de Deus, faz alguma coisa. O presidente vai ser preso". 

O vazamento do conteúdo levou o Exército a substituir Lawand na missão diplomática para a qual havia sido designado. Segundo a Força, a decisão, anunciada também nesta 6ª feira, foi tomada para que ele possa esclarecer as mensagens.

Esposa
Além dos diálogos entre militares, a polícia documentou conversas encontradas no celular da esposa de Mauro Cid, Gabriela Cid. Em uma delas, Gabriela defende "novas eleições". Na data, Lula já havia sido eleito em segundo turno. 

Gabriela também aparece convocando pessoas para os atos de depredação que ocorreram em Brasilia no dia 8 de janeiro. 

Confira o documento na íntegra:

Íntegra do relatório da PF do celular de Mauro Cid by gabriellafurquim9726 on Scribd