Quase metade dos brasileiros não checam informações na internet
Problema está relacionado ao uso do celular como único meio de acesso
Quase metade dos brasileiros não checam as informações que recebem ao usarem a internet. Os dados foram coletados pela primeira vez pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), na edição de 2022 da pesquisa TIC Domicílios, lançada nesta 3ª feira (16.mai).
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No levantamento realizado, o celular é o único meio de acesso a internet pela maioria dos usuários, correspondente a 62%, sendo a maioria a população mais vulnerável. E dessa porcentagem, aqueles que checam as informações são 37% dos que usam o celular como único acesso a internet.
Pessoas com menor escolaridade, com menos renda e idosos, segundo os números da pesquisa, tendem a usar menos a internet como ferramenta de descoberta se uma informação é verdadeira ou falsa.
Em números, um total de 66% dos que têm Ensino Fundamental completo e usam internet pelo aparelho celular não checam informações. Já 64% dos que recebem até um salário mínimo também não usam a rede para verificar fake news. E 73% dos pesquisados com mais de 60 anos, não entram na internet para conferir os dados recebidos.
"O Brasil ainda tem um caminho importante a percorrer na universalização do acesso, adotando estratégias específicas para a inclusão digital das populações mais vulneráveis", avalia Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.
A pesquisa realizada pelo CGI.br visa compreender os problemas da desinformação no país. O estudo também sugere formas de criar uma investigação mais ampla sobre como e porquê as pessoas não se interessam em checar informações online.
A falta de habilidades digitais está entre as possibilidades para tais problemas de uso da internet. A desigualdade online e as preferências do usuário, podem levar a pessoa a ter apenas uma fonte de informação. Aplicativos que não usam o pacote de dados móveis em planos de operadoras de celular, como WhatsApp e Facebook, ampliam essa barreira informativa.
A TIC Domicílios é realizada anualmente desde 2005, e em 2022, foram coletados dados entre junho e outubro, em 23.292 domicílios e de 20.688 indivíduos, com o objetivo de mapear o acesso às tecnologias da informação e comunicação nos domicílios urbanos e rurais do país e as suas formas de uso por pessoas com 10 anos de idade ou mais.
*Estagiário sob supervisão de Camila Stucaluc
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