Santos suspende contrato com zagueiro réu na 'Operação Penalidade Máxima'
Esquema de manipulação de jogos no futebol brasileiro alertou para necessidade de educação dos jogadores
Luciano Teixeira
O escândalo de manipulação de jogos atingiu em cheio a reputação do esporte mais popular do país. A segunda fase da 'Operação Penalidade Máxima', deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, na semana passada, tornou réus 16 investigados no esquema.
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Foram 7 atletas e outras 9 pessoas, entre apostadores, intermediadores e financiadores. Dentre os citados está o zagueiro Eduardo Bauermann, que teve o contrato suspenso, preventivamente, pelo Santos Futebol Clube, nesta 3ª feira (16.mai).
Segundo a investigação, os jogadores denunciados aceitavam dinheiro para ter determinadas atitudes em campo, como cometer faltas e levar cartões, com o objetivo de beneficiar um grupo de apostadores.
O escândalo acendeu o alerta entre os principais dirigentes de entidades ligadas ao futebol brasileiro. O Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo acredita que é preciso um trabalho de preparação e orientação para evitar que ainda mais jogadores se envolvam em esquemas criminosos de manipulação.
"Eu acredito muito na educação. A gente precisa orientar o atleta porque ele acha que, quando ele toma um cartão amarelo, ou quando ele faz quatro escanteios - que foi um nicho que os apostadores acharam -, ele acha que não tem problema. Mas, ele não pode esquecer que ele fica na mão desse aliciador o resto da vida", pondera o diretor de relacionamentos do sindicato, Mauro Costa.
O diretor explica que o aliciamento começa de forma sutil, geralmente, com um presente aos jogadores, como roupas e acessórios esportivos. Porém, uma vez atraído, o atleta não consegue mais se livrar do esquema.
"É o começo do fim do atleta. Então, tem que tomar muito cuidado com quem você faz amizade, redes sociais... porque os caras estão para aliciar, e eles estão em muitos aqui no Brasil, em muitos", ele acrescenta.
Além de negar as investidas desse tipo de quadrilha, é importante também levar o caso às autoridades. "Reconhecer o manipulador, resistir ao manipulador - que é o mais difícil -, e denunciar o manipular", conclui Mauro Costa.
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