Bolsonaro diz à PF que não mandou fraudar cartões de vacina
Ex-presidente afirmou que só soube da manipulação do documento no dia da Operação Venire

Ricardo Brandt
Em depoimento de quase quatro horas de duração, na Polícia Federal, nesta 3ª feira (16.mai), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tivesse fraudado ou determinado as fraudes na inclusão de registros de vacinação contra a Covid-19 dele e da filha mais nova, no sistema federal.
O esquema alvo de investigação da PF, na Operação Venire, levou para a cadeia o ex-chefe de ordem da Presidência tenente-coronel Mauro Barbosa Cid e outros ex- assessores de Bolsonaro.
Bolsonaro afirmou que "se Mauro Cid arquitetou" a fraude foi "à revelia, sem qualquer conhecimento ou orientação". No entanto, o ex-presidente disse que "acredita que Mauro Cid não tenha arquitetado a inserção de dados falsos em seu nome e em nome de sua filha no sistema do SI-PNI do Ministério da Saúde".
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O ex-presidente foi ouvido pelo delegado da PF Fábio Shor. Ele chegou por volta das 13h30 na sede da PF, em Brasília.
Bolsonaro reafirmou que ele e a filha, Laura, não se vacinaram e que ela apresentou um laudo médico que contraindicava a vacina.
O ex-presidente disse, ainda, que soube das fraudes apenas depois da PF deflagrar a Operação Venire.
A Operação Venire, da PF, foi deflagrada no começo de maio e gira em torno de documentos obtidos pelos policiais que apontam a inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde para emitir certificados de vacinação contra a Covid-19 para Bolsonaro e família, além de ajudantes e assessores do político.
A policia realizou busca e apreensão na casa de Bolsonaro e prendeu seis pessoas. Na ocasião, o ex-presidente afirmou que não cometeu fraude e que nunca se vacinou contra a doença. Segundo ele, apenas a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro recebeu o imunizante.