Bolsonaro diz à PF que não mandou fraudar cartões de vacina
Ex-presidente afirmou que só soube da manipulação do documento no dia da Operação Venire
Em depoimento de quase quatro horas de duração, na Polícia Federal, nesta 3ª feira (16.mai), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tivesse fraudado ou determinado as fraudes na inclusão de registros de vacinação contra a Covid-19 dele e da filha mais nova, no sistema federal.
O esquema alvo de investigação da PF, na Operação Venire, levou para a cadeia o ex-chefe de ordem da Presidência tenente-coronel Mauro Barbosa Cid e outros ex- assessores de Bolsonaro.
Bolsonaro afirmou que "se Mauro Cid arquitetou" a fraude foi "à revelia, sem qualquer conhecimento ou orientação". No entanto, o ex-presidente disse que "acredita que Mauro Cid não tenha arquitetado a inserção de dados falsos em seu nome e em nome de sua filha no sistema do SI-PNI do Ministério da Saúde".
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O ex-presidente foi ouvido pelo delegado da PF Fábio Shor. Ele chegou por volta das 13h30 na sede da PF, em Brasília.
Bolsonaro reafirmou que ele e a filha, Laura, não se vacinaram e que ela apresentou um laudo médico que contraindicava a vacina.
O ex-presidente disse, ainda, que soube das fraudes apenas depois da PF deflagrar a Operação Venire.
A Operação Venire, da PF, foi deflagrada no começo de maio e gira em torno de documentos obtidos pelos policiais que apontam a inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde para emitir certificados de vacinação contra a Covid-19 para Bolsonaro e família, além de ajudantes e assessores do político.
A policia realizou busca e apreensão na casa de Bolsonaro e prendeu seis pessoas. Na ocasião, o ex-presidente afirmou que não cometeu fraude e que nunca se vacinou contra a doença. Segundo ele, apenas a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro recebeu o imunizante.