Operação mira tráfico internacional de drogas em porto de Paranaguá (PR)
Grande quantidade de cocaína era enviada em containers ou embarcações; destino eram portos da Europa
A Polícia Civil do Paraná, a Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, na manhã desta 5ª feira (4.mai), uma operação contra uma organização criminosa ligada ao tráfico internacional e interestadual de drogas. A Justiça bloqueou mais de R$ 1 bilhão em bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.
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Segundo a Polícia Civil do Paraná, os criminosos exportavam grande quantidade de droga pelo porto de Paranaguá. O envio acontecia por meio da contaminação de containers, ocultação das drogas em cargas lícitas, em refrigeradores de containers ou com o uso de mergulhadores para inserir a droga em compartimento submerso dos navios. O destino dos carregamentos de cocaína eram portos da Europa.
No decorrer da investigação, foram apreendidas 5,2 toneladas de cocaína.
Na operação deflagrada hoje, os 500 policiais (entre civis e federais) realizam 30 mandados de prisão preventiva e 87 de busca e apreensão. Os mandados acontecem, simultaneamente, em oito estados: Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo.
Com o lucro das atividades criminosas, a organização passou a ampliar sua estrutura logística. Eles compraram aeronaves, barcos, empresas, imóveis, entre outros instrumentos destinados a fomentar a expansão das suas ações, além de armas de fogo e munições para intensificar o poderio bélico e a capacidade de intimidação em face de outros grupos criminosos.
Lavagem de dinheiro
De acordo com a Polícia Civil do Paraná, as investigações revelaram que as lideranças da organização criminosa empregavam diversas metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos ganhos financeiros e do patrimônio multimilionário.
O principal esquema financeiro usado por eles para a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas era o investimento no setor imobiliário do litoral de Santa Catarina. Eles adquiriam apartamentos de alto padrão e realizavam financiamento com o dinheiro ilícito para construção de empreendimentos imobiliários, o que era feito com a conivência de algumas construtoras e empresas do setor envolvidas no esquema criminoso e que foram alvos da ação de hoje.
Início das investigações
A investigação começou em uma tentativa da Polícia Civil do Paraná (PCPR) de apurar crimes de homicídios que vinham ocorrendo em Paranaguá. Com isso, os policiais constataram que o aumento da violência estava relacionado a disputa pelo controle do tráfico de drogas no local.
Um dos criminosos mais procurados do Estado -- foragido desde 2016 e com extensa ficha criminal e registros por diversos crimes, como tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa -- seria o responsável por financiar esses homicídios, fornecendo armas e munições para execução de integrantes de grupos rivais.
Durante a investigação, os agentes constataram que além da atuação no tráfico interno e em outros crimes, como homicídios, o líder da organização criminosa também atuava no tráfico internacional de drogas, desencadeando um trabalho conjunto entre a PCPR e a Polícia Federal.
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