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SP: denúncias por gordofobia cresceram 103,7% em 2022

Foram 216 registros policiais, no ano passado, contra 106 em 2021

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Os casos de gordofobia mais que dobraram no estado de São Paulo, no ano passado. Ao todo, foram 216 queixas junto à polícia, relacionadas a ofensas por causa ado excesso de peso - um crescimento de 103,7%. Em 2021, foram 106 denúncias.

O preconceito contra pessoas gordas não existe no Código Penal brasileiro e, portanto, não é considerado crime. Desta forma, os insultos costumam ser registrados, nos boletins de ocorrência, como injúria ou assédio moral.

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Para orientar pessoas que já foram vítimas desse tipo de discriminação, Rayane fundou, há 2 anos, o projeto "Gorda na Lei". "Muitas pessoas, de fato, não conhecem esses direitos, ou estão a vida inteira acostumadas com o fato de serem estereotipadas, estigmatizadas, sofrer esse bullying. Acabou se tornando natural na sociedade, então, muitas vezes, elas não têm essa força e esse conhecimento para saber o seu direito, e como agir", argumenta Rayane Souza.

A fundadora do projeto defende ainda que, para que essas ofensas sejam punidas, ao registrar queixa na polícia, a vítima se refira ao crime como "gordofobia".

"Essa nomenclatura precisa ser reconhecida nos tribunais, para que ela ganhe força e relevância, para que a gente discuta ela na política, na ciência, na saúde", ela afirma.

Alvo de insultos constantes por causa do peso, a analista de qualidade Michelly fez questão de denunciar os insultos gordofóbicos que sofreu à polícia.

A esperança dela é que, um dia, na balança, o respeito pese mais que a discriminação. "É todo dia, toda hora, todo momento... mas, eu espero que isso se torne uma lei, para que as pessoas aprendam que a gente quer ser respeitado. A gente é um ser humano como qualquer um".

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