Governo Federal critica invasões de terra pelo Movimento Sem Terra
Executivo argumenta que reforma agrária só será retomada mediante desocupação de áreas invadidas
Pablo Lemos
O Governo Federal criticou, nesta 4ª feira (19.abr), as invasões de terra no país, promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST.
O Executivo argumenta estar trabalhando em um plano para retomada do programa de reforma agrária, porém, alerta que só avançará com as medidas se houver a desocupação das áreas invadidas.
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O MST promove, desde o início do mês, uma série de invasões a propriedades e terras no país, na mobilização batizada de "Abril Vermelho". Esta semana, o movimento publicou um chamado para o início da "Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária", o que intensificou as invasões, no último fim de semana.
Sedes do Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, foram invadidas em Belo Horizonte, Fortaleza, Natal e São Luiz. Também houve invasões no Espírito Santo e em Pernambuco, onde uma área do Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, foi ocupada.
Segundo o MST, essas áreas não cumprem a função social definida pela Constituição. O diretor nacional do movimento do Espírito Santo, Marco Carolino, defendeu a retomada da reforma agrária como solução para o problema.
"É um direito constitucional das famílias, das pessoas que queiram viver com a sua família no campo, de forma mais digna, mais ordeira, e é isso que nós aguardamos nesse próximo período", afirma Marco Carolino.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, condenou as invasões. "Não é a melhor forma de lutar por qualquer coisa. Eu condeno toda atitude que possa atrapalhar a produção. Temos outros instrumentos melhores e mais efetivos para as bandeiras que podem ser levantadas, para a conquista desses interesses", pondera Padilha.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pediu ao Supremo Tribunal Federal que proíba o MST de invadir propriedades rurais. "A nossa expectativa é que o Supremo Tribunal Federal, através do monitoramento que ele vai fazer - através das redes sociais, Whatsapp, Twitter - consiga monitorar e impedir que o produtor rural tenha esse direito de propriedade violado", observa o diretor jurídico da CNA, Rudy Ferraz.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também se manifestou contra as invasões. "Se deve condenar quem invade prédios públicos, se deve condenar quem invade terras públicas, como planos e espaços da própria Embrapa, de pesquisa invadida, pesquisas comprometidas", conclui o vice-presidente da FPA, Arnaldo Jardim.
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