Corpos das vítimas de incêndio em abrigo no Recife são enterrados
Entre os mortos, estão dois irmãos -- uma menina de 5 e um menino de 8 anos
Cinthia Ferreira
Os corpos das quatro vítimas de um incêndio em um abrigo, no Recife, foram enterrados neste sábado (15.abr).
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Dor e saudade na despedida às vítimas de uma tragédia. "Até agora parece que a ficha não caiu, porque eu achava que eles estavam em segurança. Eu sempre visitava eles", lamenta a cabeleireira Maria Barbosa.
Entre os mortos, estão dois irmãos -- uma menina de 5 e um menino de 8 anos. Os dois estavam no abrigo há cerca de dois anos. Uma tia, que tentava a guarda das crianças, se despediu sob forte emoção./
"Eu cheguei até conversar com eles no domingo, eu disse a tia vai pegar vocês, para vir morar comingo. Eu disse, vocês querem?. E eles disseram, quero tia", conta Elizabeth Barbosa
A família da cuidadora Margareth José da Silva, de 62 anos, que também morreu no incêndio, na tentativa de proteger as crianças, esteve na cerimônia de despedida. "Deus vai nos confortar e nós vamos continuar o trabalho dela", afirmou a irmã, Maria de Lurdes da Silva.
O incêndio aconteceu enquanto todos dormiam. Havia 15 crianças e duas cuidadoras dentro do imóvel. Moradores da rua ainda conseguiram salvar algumas pessoas, mas as chamas eram muito altas. O fogo se concentrava na sala, mas as causas dele ainda estão sendo investigadas.
13 pessoas permanecem internadas em três hospitais da região metropolitana do Recife. Desse total, há 6 crianças intubadas em estado grave. Todas estão nas unidades de saúde acompanhadas por profissionais do abrigo. Há uma expectativa que algumas até recebam alta em breve.
Flávia Liviera visitou o abrigo apenas uma vez, o suficiente para fazer a advogada comparecer ao enterro: "as crianças que estão ali elas estão buscando um lar, elas querem uma família. Algumas crianças, principalmente as menores, porque não passaram por abusos e situações de vulnerabilidade, ainda conservavam muita inocência, muita infância, muita alegria".
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