Mais de 600 famílias do MST ocupam fazenda em Hidrolândia (GO)
Movimento exige que a área ocupada seja destinada para o assentamento das famílias
Guilherme Resck
Mais de 600 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na madrugada deste sábado (25.mar), a Fazenda São Lukas, na cidade de Hidrolândia (GO). A informação foi confirmada pelo MST.
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Segundo o movimento, a área ocupada integra o patrimônio da União desde 2016, mas, antes, "pertencia a um grupo criminoso, condenado, em 2009, pelos crimes de exploração sexual e tráfico internacional de pessoas". O comunicado acrescenta que a ação deste sábado faz parte da chamada Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, realizada em todo o Brasil em março.
A Polícia Federal (PF) informa, diz o MST, que o grupo criminoso ao qual a área pertencia era composto por 18 pessoas e usava o local para aprisionar dezenas de mulheres, que depois eram traficadas para a Suíça e submetidas a exploração sexual. Muitas adolescentes eram aprisionadas.
"O esquema foi mantido por três anos e as vítimas eram, principalmente, mulheres goianas de origem humilde das cidades de Anápolis, Goiânia e Trindade", fala o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. "Segundo investigação da PF na época das investigações, a própria fazenda foi adquirida com dinheiro oriundo do tráfico humano. Membros da quadrilha chegaram a estar na lista de Difusão Vermelha da Interpol - para foragidos internacionais".
O movimento exige que a área ocupada neste sábado seja destinada para o assentamento das mais de 600 famílias, para que possam produzir alimentos saudáveis e combater as violências.
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