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Brasil

Mesmo sendo maioria, empreendedores negros recebem 32% a menos que brancos

Para deputado e empreendedor negro, acesso ao crédito pode ser uma forma de vencer a desigualdade

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mulheres negras trabalhando
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As disparidades econômicas entre negros e brancos é um dos desafios a serem combatidos no Brasil, e uma recente pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) trouxe dados que apontam um contraste no lucro de empreendedores conforme a sua etnia.

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Segundo o estudo, que utilizou a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimou que, no segundo trimestre de 2022, empreendedores brancos faturaram uma média de R$ 3.040 mensais, enquanto os negros receberam R$ 2.079, 32% a menos.

A diferença de lucros se torna ainda mais evidente quando os empreendedores são separados por etnia e gênero. Os empreendedores homens e brancos receberam uma média de R$ 3.231, enquanto que a amostra feminina e branca ganhou R$ 2.706, ambos tiveram um faturamento maior do que a população negra, que obtiveram R$ 2.188 (homens) e R$ 1.852 (mulheres).

Ou seja, os empreendedores brancos receberam 74% a mais do que as negras e 47% a mais do que os negros.

Um dos fatores condicionantes para a diferença de lucros entre brancos e negros no Brasil está na escolaridade e capacitação dos empreendedores. 41% dos negros possuem apenas o ensino fundamental, realidade sentida por 28% dos que se autodeclararam brancos. 

Porém, quando se trata de ensino superior, 32% dos brancos possuem um diploma, enquanto que apenas 13% dos empreendedores negros possuem. O público racializado também representa aqueles que trabalham sozinhos, muitas vezes não dispondo de outros funcionários para auxiliar nas suas empresas.

Parlamentar defende maior acesso ao crédito

De acordo com o deputado federal Josivaldo JP (PSD/MA), que é integrante da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), a capacitação é fundamental para o sucesso dos que abrem uma empresa, tendo em vista as demandas que são necessárias para aqueles que desejam gerenciar um negócio.

 "É trabalhar políticas públicas que venham incentivar e apoiar esses empreendedores para entrarem em uma universidade para que eles possam, até mesmo, administrar melhor os seus negócios. Muitas pessoas iniciam o seu próprio negócio, mas não mantêm ele por falta de gestão e conhecimento", explica.

Josivaldo JP, que é um dos parlamentares negros que estão na FPE, começou a empreender vendendo capas de celulares nas ruas da cidade maranhense de Imperatriz, tendo apenas R$ 200 de investimento. Hoje, na Câmara dos Deputados, ele diz conhecer bem as dificuldades que surgem para os empreendedores racializados. 

Segundo ele, o Legislativo precisa propor regulamentações que facilitem o acesso ao crédito aos empreendedores negros, já que as normas atuais formam barreiras para os que desejam abrir uma empresa. "É preciso dar incentivo para essas pessoas crescerem. Não é só montar o próprio negócio e passar a vida inteira engatinhando e se arrastando", destaca o parlamentar.

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